No começo de 1975, esta imagem de Nico, uma alemã então com pouco mais de trinta anos ( e já falecida em 1988) e que cantava com os Velvet Underground, ficava assim, nas páginas da Rock & Folk e apetecia olhar, definindo uma imagem feminina aperfeiçoada e de sonho.
2 comentários:
Traços muito perfeitos, de facto.
Morreu tão jovem, antes de perfazer 50?
Às vezes penso que me acontecerá qualquer coisa semelhante.
Ainda hoje, é assim uma mulher de sonho ?
Não precisa responder. Como já bem percebeu, falo sempre mais que o avisado...
É mau, mas, não por mal...
Um beijinho
Maria
"Era" uma mulher de sonho, nessa fotografia e nesse contexto de idade: a adolescência e a descoberta das mulheres que faziam sonhar, como modelos de realidade. Não apenas pelo aspecto, mas pelo pormenor estético indefinível e pessoal. Havia essa e outras, várias que me chamavam a atenção pela beleza particular.
Nunca percebi porque é que esta imagem me afectou tanto assim. Mas a verdade, é que aconteceu.
Coisas das fantasias do inexplicável e afinal de contas influências nas escolhas futuras, inconscientes.
Como disse, estes postais neste blog, têm um cariz pessoal, um pouco íntimo porque retratam experiências intransmissíveis, mas sempre com base na memória das coisas e na estética do tempo.
O tempo entretanto passou e ensinou-me algumas coisas de utilidade prática: É importante nunca esquecermos as nossas fantasias, mas não tão importante assim que nos obriguemos a segui-las cegamente.
Por uma razão: como fantasias que são, às vezes não nos respeitam e enganam-nos.
Acho que há muita poesia sobre este fenómeno.
Com estes postais, neste meio que permite juntar palavras e imagens ( e até sons) abre-se uma porta para explorar a memória dessas fantasias estéticas, na música, nas letras, nas artes e evidentemente na vida relacionada com outros, nomeadamente as mulheres.
Mas sobre este aspecto, a abordagem, sendo pessoalíssima, só mesmo por mim pode realmente ser apreciada no seu contexto total e de procura de sentido.
Por isso, a seguir vou pôr outra imagem que me impressionou na época ( 74) mas que se desvaneceu pouco tempo depois, porque a foto, estática, retrata uma realidade completamente fantasiada.
Neste caso, como noutras, o que conta é mesmo a imagem e o efeito imediato.
A imagem era de uma actriz americana, que anos depois fez Modelo e Detective, sem interesse especial.
Porém, nesse filme, uma dos mais míticos do cinema americano- American Grafitti- nessa imagem, traduz aquilo que nessa altura me impressionava, através da pose e do olhar.
É algo indefinível, mas que eu me lembro muito bem.
Mais uma vez, obrigado pela atenção que dá ao que tenho colocado aqui, mas devo cingir-me ao objectivo que me propus: tudo o que fica é para meu proveito pessoal, em primeira mão, por uma razão: só eu mesmo me lembro do que sentia com estas imagens e textos e ao colocar aqui isto procuro apenas fazer um roteiro de experiências estéticas.
Se isto for agradável a outros, tanto melhor, mas o objectivo não é esse.
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