domingo, 24 de outubro de 2010

Auscultadores Sennheiser


Auscultadores. Sempre foram o modo de ouvir música mais intimista e de forma mais envolvente do que as colunas de som normais.
Como o ambiente se reduz ao pavilhão auricular, não há interferências das dimensões e decoração das salas, o que normalmente modifica o som que se ouve através das colunas.
E no entanto nem todos são iguais, como se percebe...ouvindo.

Desde cedo que ouvia no silêncio da noite, o rádio que passava álbuns inteiros. Lembro-me de ouvir em transe quase religioso o disco dos Van der Graaf Generator, Still Life, em 1976, um dos meus discos preferidos de sempre. Experiência única com uns auscultadores mono e de fraca qualidade, mas ainda assim reveladores de pormenores sonoros que de outra forma escapam ao ouvido.
Nos anos oitenta, experimentei a sonoridade de uns Sennheiser, alemães e com uma qualidade sonora espantosa.
Não me lembro do porquê da preferência, mas a cor amarela da espuma de protecção talvez tenha algo a ver e a estética do produto, sempre interessante.

Os primeiros que experimentei julgo terem sido os HD 414 , na foto, os do meio do lado direito. Mas já tinha ouvido falar dos HD 40, (atrás daqueles e com foto da respectiva caixa) como tendo um som fantástico. E confirma-se completamente porque arranjei uns há uns meses. E eram os mais simples e mais baratos da firma alemã, nos anos 80.
Depois dos HD 414, experimentei uns HD 430 ( foto de baixo, a meio) e realmente eram bem melhores.
Não satisfeito, tentei depois disso os HD 58o Ovation que comprei em Braga, na Valentim de Carvalho ( atrás do lado esquerdo), já no dealbar dos anos noventa e que me acompanharam muitos anos até ficarem subitamente silenciosos e sem arranjo possível.
Para os substituir, há uns anos dei uma conta calada pelos melhores da firma, com excepção de uns esotéricos com preço proibitivo. Os HD 600 com imagem à esquerda restituem a fidelidade sonora em altíssima qualidade se a fonte lhes fizer justiça.
Ultimamente, com curiosidade arranjei o modelo HD 424, ( na foto de cima, do lado direito, em baixo) ainda dos anos setenta, mas não me convenceram muito. São bastante inferiores aos Hd40 que são realmente espantosos e quase pedem meças aos HD 600, que custam várias vezes o preço deles. A mim, custaram-me qualquer coisa como 10 euros, ou coisa que o valha. E andei meses à procura de uns, na ebay.


sábado, 16 de outubro de 2010

Mais cassetes e leitores

Antes do advento dos aparelhos de gravar digitais, baratos, o modo mais prático de conservar e ouvir música de discos LP eram as gravações da música em casssetes.

Nos anos oitenta, surgiu um boom na produção de cassetes para aparelhos portáteis e não só, após o aparecimento do primeiro Walkman da Sony, em 1979 ( o primeiro da esquerda na imagem abaixo)
Em finais da década de oitenta, no entanto, o aperfeiçoamento técnico das cassetes e respetivos leitores permitiam pequenas maravilhas, cujo monumento máximo é este: o gravador/leitor Dragon, da Nakamichi.

Não obstante, nas cassetes propriamente ditas, o aparecimento das fitas com cobertura de partículas metálicas para melhor fixar o sinal sonoro, permitiu que gravasse LP´s como os dos Steely Dan, numa Maxell Metaxial, ( atrás junto ao Sony) cujo sinal sonoro ainda hoje é uma maravilha e que pouco deixa a desejar ao som original dos LP´s. Eram cassetes caras e por isso utilizadas uma única vez, para gravar em primeira mão os discos que assim ficavam ouvidos e depois eram reproduzidos na cassete.
Nessa altura apareceu também um pequeno leitor da Aiwa, marca japonesa que competia com a Sony nesse mercado. Pode ver-se acima e por cima das cassetes porque serviu durante alguns anos para ouvir em trânsito as cassetes gravadas em casa.
No entanto deitado e no meio das ditas cassetes de muita estimação, jaz um gravador/leitor da Sony que é um portento sonoro: o Walkman Pro, com possibilidade de gravação com redução de ruído Dolby C ( o Aiwa também tem mas só em modo de leitura).
Foi comprado há poucos anos porque na altura em que saiu o preço era proibitivo e semelhante ao que custava um bom aparelho de mesa.
No entanto, é uma delícia ouvir cassetes, ainda hoje nesse pequeno aparelho da Sony. Principalmente através dos pequenos auscultadores da Sennheiser modelo HD 40, da mesma época ( na imagem atrás do Sony).

Este tempo das cassetes reporta-me logo a uma música dos Steely Dan, gravada na dita cassete e do álbum Gaucho: Third World Man. Perdi a conta a quantas vezes já ouvi esta música. Provavelmente centenas. E esta é mais uma porque enquanto escrevo a estou a ouvir. Na dita cassete.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Cassetes


Nos anos setenta, oitenta e até ao advento das técnicas digitais de gravação de sons, o modo mais prático de gravar e guardar música era este: cassetes. Baratas ( relativamente porque algumas em metal eram bem caras), práticas e que podiam ser reproduzidas no carro, com a ajuda de um bom aparelho de auto-rádio, o que resultava por vezes em sonoridades surpreendentes por causa do ambiente acústico, fechado e concentrado.
As primeiras gravações que fiz, seriam para aquém de meados da década de setenta. A cassete Basf de cor verde que se apresenta na imagem foi gravada em 79 e contém Comuniqué dos Dire Straits, gravado inteiramente do rádio que então passava álbuns inteiros sem interrupção durante os cerca de 40 minutos de duração.
A cassete cinza serviu para gravar inicialmente o Quadrophenia dos The Who, pelo mesmo métoco e posteriormente foi apagada e regravada com os Nitty Gritty Dirt Band e outros grupos.
A maior parte das cassetes expostas foi gravada já no final dos anos oitenta e à medida que os discos apareciam eram imediatamente gravados com a preocupação da maior qualidade sonora possível. Ainda hoje, passados mais de vinte anos, se ouvem todas com a qualidade original.
As marcas das cassetes variavam mas não muito. A melhor provavelmente, era a TDK em crómio ou metal.
Ainda hoje gravo cassetes para ouvir no Sony Walkman Pro. Uma pequena maravilha técnica. E um som fantástico que nenhum aparelho iPod logrará alguma vez imitar ou sequer assemelhar-se em qualidade pura.