sábado, 28 de novembro de 2009

Procol Harum


A actual reedição dos discos dos Procol Harum, por ocasião do 40º aniversário do lançamento de A Salty Dog, é muito cuidada e o som, rematrizado, excede o das anteriores edições dos discos, em 1995.

Durante a primeira metade do ano de 1973, saiu um disco que concitou a atenção geral de quem escutava música popular na altura. O grupo, aliás, esteve em Portugal, para dois espectáculos em Cascais, com crónica na Mundo da Canção nº 35.

Grand Hotel dos Procol Harum começou a passar no rádio de então como uma canção que se ouvia em modo de sucesso. E no álbum havia outras: toujours l´amour, rum tale, souvenir of London, eram mais três e ainda Liqourice John.

O disco depois de ouvido na discoteca local ficou no ouvido como um dos grandes Lp´s de 1973 ( a par de Quadrophoenia dos The Who; Dark side of the moon dos Pink Floyd e Goodbye Yellow brick road de Elton John).
Nessa altura, alguém da turma comprou o disco e num intevalo aproveitei para passar a letra do tema principal. Assim como fica aqui, num pequeno papel amarelecido pelo tempo.


quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Dream dos NGDB

Um dos discos que mais gosto, todos os géneros confundidos, é este dos Nitty Gritty Dirt Band. Dream, publicado em finais de 1975, é um dos melhores senão o melhor do grupo e assim foi escrito pela revista Rock & Folk, numa crónica de Dezembro de 1975, aqui fotografada, assinada por Claude Alvarez-Pereyre e que começa assim:

(...) "a uma introdução etérea e planante sucede um instrumental do grupo, um bom e velho reel, tendo em particular um soberbo solo de guitarra acústica ( poderia ser uma Gibson, com o som ao mesmo tempo seco e muito doce). "
A revista Rolling Stone da mesma altura, 6 de Novembro de 1975, arrasava o disco, fazendo pouco da capa interior em que se proclamava que o grupo dominava "todos os estilos de música". A crónica de Ed Ward terminava dizendo que "jack of all trade, master of none", para resumir o disco. Não se percebe esta crítica, vinda ainda por cima de um americano, sobre um grupo americano.

Ainda assim, este Dream, dos Nitty Gritty Dirt Band, passou algumas vezes no rádio, de 1975/76 em programas de Jaime Fernandes e Jaime Lopes, à noite.
Lembro-me de ouvir e gravar, ficando para sempre na memória a diversidade dos estilos musicais e a beleza das músicas, sem excepção. É um daqueles discos que se ouve do princípio ao fim, sem intervalos de gosto menos que excelente, por causa do alinhamento dos temas que mistura canções com temas acústicos instrumentais, muito sóbrios e de estilo diversificado que se fazem valer pelo virtuosismo dos elementos do grupo, com destaque para John McEuen.
Destaca-se em particular, um composição do célebre tema All you have to do is dream, de D. Bryant e interpretado por muitos artistas, com relevo para Doc Watson, Leo Kottke e Everly Brothers, por exemplo entre outros.
Ripplin Waters é um tema de Jim Ibbotson, um elemento do grupo e que concita a atenção pela delicadeza da composição acompanhada a bandolim. Joshua come home, igualmente de Ibotson, é outra pequena maravilha e a composição final é um tema instrumental repescado de um disco antigo em metal e que tocava automaticamente nos bares, como ainda hoje se pode ouvir em pequenos cilindros pré-formatados em relevo.

A apresentação gráfica do disco, em LP é outro ponto alto, com uma capa a apresentar um desses discos antigos e que se desdobra para recortar meia capa por cima, como se pode ver na imagem.
A apresentação dos cd´s não consegue o mesmo efeito, sendo certo que dos dois que se publicaram- um da BGO Records, inglesa e que desbota as cores quentes originais do castanho do disco e outro da Capitol-United Artists ( etiqueta original americana), com melhor tonalidade gráfica ( na imagem), mas ainda assim longe do toque do cartão do vinil original.
O som, esse nem se fala. Ouve-se e em vinilo é mais perfeito e adequado ao que me lembro de ouvir no rádio mono de então...



Pormenor da capa do LP, muito próxima da cor real ( a redução do tamanho em bits limita a definição mais perfeita, porque a cor real é um pouco mais escura no castanho e dourada na imagem espelhada) , mas ainda assim, insuficiente para mostrar toda a beleza gráfica do cartão usado e impressão da imagem, com tonalidades mate, dignas de figurar num lugar cimeiro entre as melhores capas de discos de música popular. A ampliação da imagem permite ainda uma melhor visualização que no objecto real, suscita uma atenção demorada ao pormenor da cor e subtileza da variação no título e imagem inscrita na imagem.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Tubular bells

Em 1974/75, o programa de rádio Página Um, passava de vez em quando música instrumental em pequenos trechos, sempre interessantes.

Um dos instrumentais que passava em 75 era do álbum Artistry de Eumir Deodato, um brasileiro radicado nos USA.

Porém, os instrumentais na música popular, começaram bem antes a ser interessantes. Pelo menos desde Spanish Flea, de Herb Alpert e a Tijuana Brass, de 1966; Albatross, de Fleetwood Mac, de 1969 e Sylvia, dos Focus, de 1973.

Precisamente em 1973, apareceu um disco instrumental que provocou uma onda de interesse, em primeiro lugar na Inglaterra e depois um pouco por todo o lado.

Mike Oldfield, com vinte anos, gravou quase toda a música de Tubular Bells, tocada por si e o disco foi um sucesso da pop/rock que ainda hoje se ouve muito bem. Os diversos temas, todos instrumentais, encontram o seu pico sonoro na estrutura de Harmonics, o 12º tema do disco

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quarta-feira, 4 de novembro de 2009

O meu pai

O meu pai faleceu na passada Sexta-Feira. Estava doente, respirava mal e padecia de obstrução respiratória crónica que o atormentava há alguns anos a esta parte.
Segundo o médico que o via regularmente, a doença crónica, devia-se aos muitos cigarros que fumou.
Lembro-me que fumava Português Suave, e na foto acima, tirada no início dos anos sessenta, tem um cigarro nos dedos. Imediatamente atrás, estou eu, de mão no bolso e a observar atentamente as manobras do meu tio Manuel ( já falecido também, há meses) e do meu primo também Manuel, senhor da situação e ao lado de um motor de rega, em cima de um carro de bois, numa casa de lavoura como era a dos meus avós maternos. Ainda ontem lá estive, precisamente naquele local, para falar com o meu primo.
Esta foto simboliza a minha infância, antes de entrar para a escola primária e representa a minha posição perante o meu pai: ao lado, mas atento ao que o rodeava..