segunda-feira, 29 de março de 2010

Pat Metheny na Páscoa

Nas semanas santas dos anos oitenta, a Rádio Renascença costumava passar música instrumental, depois de alguns anos antes, passar música sacra, erudita.
Era nessa altura, uma semana de pequenas maravilhas instrumentais em que se ouvia coisas que não passavam noutras alturas e se descobriam sons diferentes do mainstream da pop/rock.

Foi assim que descobri alguns álbuns e artistas diversos como os Weather Report, Spyrogira, Eddie Daniels, etc. E Pat Metheny que já era conhecido, passava em muitas horas, com os diversos discos que já tinha publicado.
Por outro lado, em todas as épocas de Páscoa, costumava comprar um disco diferente e com melhor qualidade. Num desses anos, em meados da década de oitenta, a escolha recaiu em First Circle, em LP.
Esse disco fantástico é um dos poucos cuja versão em cd, também da etiqueta ECM, alemã, equivale em som ao LP publicado originalmente em 1984.


A curiosidade em Pat Metheny começou igualmente com o título de um disco. Este, em parceria com Lyle Mays, de 1980.




domingo, 28 de março de 2010

Van der Graaf Generator- capas de discos

Os discos de Van der Graaf Generator, grupo inglês dos anos setenta, fizeram parte da minha companhia musical desde Godbluff, de 1975. O tema The undercover man, escutado vezes sem conta, começava lentamente e em sussurro..."here at the glass".
Logo que os primeiros compassos surgiam do éter no rádio, várias vezes corri para o gravador de cassetes para gravar o disco todo que então passava em programas do rádio... Comercial, ainda da rede pública.
No ano seguinte saíram dois discos- primeiro Still life cuja capa admirava no escaparate da discoteca e por isso é das capas que mais aprecio na música popular. A música, essa, continuava na veia do disco anterior, com o destaque para os saxofones de David Jackson.
O disco saiu nos primeiros meses de 1976, ( em Abril) e faz agora 34 anos.
Entre as várias versões em LP e cd, o Lp original suplanta em qualidade de gravação sonora, a do primeiro cd, de 1988, com um som demasiado anémico e mesmo a rematrização de 2005, apesar disso, com muito melhor qualidade que o anterior cd.

Alguns meses depois, em Outubro de 1976, saiu World Record. Quando o disco começou a passar no rádio ( perto do Natal? Já em 1977?) nem queria acreditar que um novo disco dos VDGG surgisse tão cedo e com uma qualidade idêntica à dos anteriores. Ainda nem tinha digerido todo a matéria sonora de Still Life e eis que surge a composição Wonderin´ a passar no rádio, com uma beleza que foi ficando durante o ano de 1977, a par do primeiro Peter Gabriel a solo, dos Kinks de Sleepwalker e dos discos de Roy Harper, mais a música brasileira.

No mês de Abril 1977, a revista Música & Som publicou um artigo sobre o disco , com análise musical ( João David Nunes ) gráfica e técnica ( Manuel Bravo e Filipe Costa), para além das letras ( João de Menezes Ferreira).

Sandy Denny-Like an old fashioned love song

O disco Like an old fashioned love song de Sandy Denny gravado em 1973 e publicado em Junho de 1974 é um dos grandes discos da cantora falecida em 1978.
É um disco que se escuta da primeira à última faixa, sempre com canções memoráveis. Perdi já as vezes que o escutei desde que comprei o LP no final dos oitenta e por causa da primeira música, Solo, que ouvira no tempo, na Página Um.

O LP na imagem, à esquerda, prensagem de 1986, da Carthage Records tem uma sonoridade que os sucedâneos da direita não alcançam.

O cd mais à direita e com um verde mais claro é da Rykodisc/Hannibal Records , dos primeiros anos da década de noventa do século que passou e é o que soa pior. Como se a música que lá contém se ouvisse através de uma cortina de veludo que filtra o som e o torna algo espesso e sem relevo nos pormenores instrumentais que lá estão.

O cd do meio, rematrizado em 2005 pela Island Records, tira essa cortina, mas o impacto sonoro é maior do que no LP que soa um pouco mais laid-back e melhor, com maior definição de detalhe sonoro.

Sobre a etiqueta Hannibal, uma informação recolhida na Rede permite entender como se formou e evoluiu:

"Hannibal/Carthage were labels run by Joe Boyd, who was the American ex pat (or, at least living abroad) who ran London's famous UFO club. He was also a very influential record producer, responsible for discovering Pink Floyd.

As friends with Chris Blackwell, he produced Fairport Convention and Nick Drake (among others) for Island and, I believe, the Incredible String Band for Electra.

At some point, in the late 70s I believe, he started his own labels, which specialized in Brit Folk, including reissuing several Fairport and Richard and Linda Thompson albums. Richard also signed with him to release his new material, as well.

I forget if there was a distinction between what was released on Carthage, and what on Hannibal, but, ultimately, Boyd sold out to Rykodisc, who folded the Carthage imprint."


sábado, 20 de março de 2010

Blonde on Blonde- Dylan

A revista inglesa Hi-Fi news datada de Abril de 2010, consagra a sua recensão crítica do mês, ao LP de Bob Dylan, Blonde on Blonde, editado nos EUA no mesmo dia que Pet Sounds dos Beach Boys-16 Maio 1966.
Blonde on Blonde é um dos discos de rock que mais aprecio colocando-o no patamar dos cinco maiores que conheço. No entanto, só ouvi o disco mais de meia dúzia de anos depois de ter saído. Em primeiro lugar ouvi Just Like a Woman, na versão que Dylan apresentou no Concerto para o Bangla Desh, em 1971.Durante anos a fio não soube sequer como era o disco e que aspecto tinha. Duplo, com uma faixa- Sad Eyed lady of the Lowlands- que escuto neste preciso momento e que se prolonga por quase 12 minutos, ocupando uma faixa inteira do LP original.
Em Março de 1976 a revista Rock & Folk publicou duas páginas de recensão crítica aos discos de Bob Dylan, por ocasião da publicação de Desire, nessa altura, para mim, já sem interesse por aí além e depois do último disco grande de Bob Dylan, Blood on the tracks.
O crítico da revista menciona " as míticas pensagens US, tão difíceis de desencatar, belas e robustas no seu cartão" referindo-se às capas dos Lp´s americanos, com um cartão muito diferente do europeu, mais espesso e com melhor impressão gráfica das imagens por causa disso.

Ainda assim, foi nessa altura que pude ver a capa, mas nem sequer a cor da mesma, dos primeiros discos de Dylan e procurei saber qual seria Blonde on Blonde, descobrindo por exclusão de partes uma vez que o disco apenas tem uma foto do cantor, desfocada.

A cor verdadeira do LP só a vi em meados dos anos oitenta quando comprei um exemplar, de prensagem espanhola, do ano de 1980.
A revista Hi-Fi news destaca a versão em cd da Mastersound-Cloumbia Legacy que também arranjei posteriormente e que provavelmente será um dos poucos exemplos em que o som do cd ultrapassa de modo implacável e indiscutível o do LP, nesta prensagem espanhola de fraca qualidade. Não conheço a qualidade do LP original mas pelos comentários do articulista da revista, o cd poderá bem ser superior, o que é de admirar.


domingo, 14 de março de 2010

Jean Ferrat

Morreu Jean Ferrat, um dos cantores franceses que marcaram o séc. XX. na Chanson française, a par de Brassens, Leo Ferré, Regianni ou Moustaki.

No final dos anos noventa, por causa destes cheguei à música de Jean Ferrat e deparei logo com uma cujo título me despertou atenção: Camarade. Camarada? Exactamente. Jean Ferrat era comunista, não bem ortodoxo mas poeta do comunismo e que por isso o levou a cantar Aragon, precisamente.

Ainda assim, são várias as canções cuja qualidade não respira ideologia. Como esta:

quarta-feira, 3 de março de 2010

Deep Purple


Em 1972 saiu um álbum dos Deep Purple que se tornou um ícone do hard-rock, acompanhando os Led Zeppelin ou os Black Sabbath nesse estilo musical com predominância da guitarra em distorção e secção rítmica acelerada. O disco marcou os anos setenta, com duas ou três canções que ficaram no ouvido e fartaram de soar na época.

O álbum Machine Head é o disco escolhido pela Hi-Fi news deste mês ( imagem acima, clicar para ler), para o destaque sonoro.
Como habitualmente, a revista colige todas as edições do disco original, fazendo uma apreciação crítica dos diversos formatos e edições posteriores.

Depois do LP original sobressai a edição comemorativa do 25º aniversário, de 1997 e a edição em sacd, de 2003.
Na reedição de 1997, com dois cd´s, os temas foram remisturados num cd e no outro apenas rematrizados. Prefiro esta última melhoria.

O LP tem como símbolo sonoro o famoso Smoke on the water, single de sucesso, mas inferior em qualidade ao primeiro tema, Highway Star, com ideias musicais mais tarde exploradas por uns Van Halen, como se pode ouvir no solo de guitarra de Richie Blackmore, com progressões em arpejos que foi buscar a...Bach. Tal como o Whiter shade of pale dos Procol Harum.