quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Frank Zappa- One size fits all


Este disco de Frank Zappa é um dos que ouvi no rádio, na época em que saiu. Adorava ouvir os temas encadeados com destaque para Sofa ( nº 1 e 2, no final) mas também Florentine Pogen, Can´t afford no shoes ou Evelyn, a modified dog.
As letras das canções não as percebia inteiramente mas davam ideia de coisas fantásticas ( a modified dog...) numa altura em que mergulhava na ficção científica e banda desenhada. Este disco mais aqueles que o precederam ( Overnite sensation e Apostrophe (´) ) constituiram a base para o meu gosto acentuado pela música de Frank Zappa, provavelmente o único compositor de quem não me canso de ouvir todos os discos e todas as músicas, dezenas e dezenas delas, ao longo de dezenas de discos. É também dos poucos músicos cujos concertos ao vivo interessa ouvir porque são sempre algo diferentes em relação às músicas conhecias e tocadas sempre com a qualidade imprescindível à audição.

Em 1996, a família de Zappa, falecido em 1993, publicou um triplo cd intitulado Läther e que continha registos de vários discos que o compositor tinha para publicação e que daria origem a um quádruplo Lp que nunca chegou a ser publicado oficialmente embora tivesse passado num programa de rádio que Zappa apresentou e convidou os ouvintes a gravarem em cassete.
Esse quádruplo lp deu origem depois ao lp Sleep Dirt publicado em 1979; Orchestral Favourites, do mesmo ano; Studio Tan, de 1978 que contém uma das melhores obras musicais de Frank Zappa, The adventures of Greggery peccary, a qual ocupa todo o lado dois do disco. O disco ao vivo Zappa in New York, publicado em 1977 e retirado do mercado logo a seguir, censurado em duas faixas ( Titties and beer e Punky´s Whips que nem aparece na segunda versão do LP)  contém várias faixas que aparecem em Läther, precisamente as tocadas ao vivo e que são uma pequena maravilha sonora.
A partir daí nunca mais larguei a música de Zappa tendo dedicado algum tempo a gravar em formato digital ( 24 bits/192kHz) os temas de Läther que estão espalhados pelos vários lp´s e alguns, poucos que não aparecem senão nesses cd´s de 1996, como sejam os temas bónus.




segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

The long hello



Este disco cuja capa aqui fica é de 1977, na edição francesa e a primeira vez que o vi foi na Rock & Folk  desse ano, numa crítica que me deixou pulga atrás da orelha, porque era um disco dos Van der Graff sem o nome dos Van der Graff.  É mais um dos discos míticos da minha discoteca auditiva e particular.
Ouvi o disco uma única vez no rádio da época possivelmente num programa do Espaço 3P, eventualmente Boa Noite em FM, de Fernando Balsinha ou Jorge Lopes, grandes radialistas com um gosto musical impecável. E foi tudo. Passados mais de vinte anos consegui arranjar o disco em Paris, numa discoteca de discos usados no Quartier Latin ( rue des Écoles) e pela primeira vez via cor da capa, em todo o esplendor. Foi um deslumbramento porque não esperava uma cor tão impressiva. A música, toda instrumental, essa soou-me exactamente como mais de vinte anos antes, particularmente o segundo tema do primeiro lado, a composição de David Jackson, Looking at you. Impressionante como me lembrava de todas as inflexões dos saxofones e instrumentos de sopro que então ouvira no rádio.


sábado, 2 de fevereiro de 2013

Bob Dylan- Blood on the tracks



Este disco de Bob Dylan saiu em Janeiro de 1975 e a primeira vez que o ouvi, sei bem onde e quando, porque apontei a data, 18 de Fevereiro de 1975, terça-feira, no programa Página Um, da Rádio Renascença que se transmitia das 7 e meia da tarde às nove da noite.
A primeira crítica ao disco saiu na Rock & Folk de Fevereiro desse anos e provavelmente ouvi primeiro o disco antes de ler a crónica ou quase simultaneamente.
Lembro-me que o disco foi apresentado como vindo de Inglaterra, trazido ou enviado por colaboradores do programa. Portanto,tudo indica que tenha sido a prensagem inglesa do disco e a primeira canção que terei ouvido foi Idiot Wind que não me despertou por aí além a atenção uma vez que ainda ouvia nessa mesma altura e programa vários temas do disco precedente, ao vivo, Before the Flood, esse um disco marcante, com o grupo The Band.
Durante vários meses, pelo menos até Maio desse ano,o disco passou regularmente nesse programa e quase todos os temas, com destaque para a balada country Lily Rosemary and the jack of hearts.
Porém, nesse Verão ou no seguinte passei a ouvir o disco lp, em caso do meu amigo José Gomes que o trouxera de França. O destaque do disco, em prensagem francesa, ia todo para a edição com o apontamento de Pete Hamil, na contracapa porque em edições posteriores tal apontamento desapareceu, sobrando apenas o desenho. Essas linhas, li-as várias vezes enquanto escutava o disco numa aparelhagem um pouco menos que sofrível mas cujo som me parece agora, melhor do que jamais pensaria.
Ao longo dos anos consegui arranjar primeiro o lp em prensagem espanhola provavelmente editado em 1983; depois, o cd e o SACD quando foi editado em 2003. Este sacd tem evidentemente uma qualidade superior às outras edições, com excepção da original, em lp e cuja capa se mostra e que tem um som verdadeiramente notável.
A primeira canção, Tangled up in blue, ouvida em condições de alta-fidelidade é um bálsamo sonoro. Todo o disco se ouve assim.
Em 1991 foi editada uma caixa em formato de lp, mas com três cd´s - The Bootleg series , volume 1-3 [rare & unreleased] em que apareciam três canções originais do disco, na sua primeira gravação, nos estúdios de Nova Iorque ( Tangled up in blue, Idiot Wind e If you see her say hello) e cuja mistura sonora é muito diferente da que aparece na versão final do LP, gravada já noutros estúdios ( com uma banda de Minneapolis). Idiot Wind é melhor na primitiva versão, mas as demais estão muito bem arranjadas na segunda.
Na caixa Biograph editada em 1985 e com 3 cd´s rematrizados em sbm pela Columbia, aparece You´re a big girl now, uma das melhores canções do disco, na versão gravada em Nova Iorque e substancialmente diferente e inferior à publicada no lp.