Por ocasião do seu 20º aniversário, em Janeiro de 1987, a revista Guitar Player, publicou este desdobrável consagrado aos 20 que importam, na música popular e na guitarra em particular.
Na contra-página uma legenda ( clicar para ler) dava conta dos artefactos apresentados e o seu significado. Entre todos, a guitarra em estilhas era de Pete Townshend, destruida por ocasião da tournée de Quadrophenia, oferecida ao editor da revista, Don Menn.
segunda-feira, 21 de junho de 2010
Desenhos soltos
sábado, 19 de junho de 2010
Maria Muldaur
Este disco de Maria Muldaur, saído em 1973, é uma pérola musical. Quase todas as composições merecem uma audição, particularmente o título que foi um hit na altura- Midnight at the oasis- que passava na Página Um.
A composição, para além da beleza formal e vocal, tem um solo espantoso de guitarra, de Amos Garrett que tem vivido desse solo, conforme atesta o You Tube, aliás com numerosos seguidores.
Mesmo assim, o disco passa muito bem com outras composições country, como Any old time que abre o disco ou My Tennessee Montain Home que conta com a participação de músicos tão notáveis como Jim Keltner, na bateria; Chris Ethridge no baixo; David Grisman, no bandolim; ou Clarence White (a estrela dos Byrds) na guitarra acústica. Outras músicas contam ainda com Ry Cooder e David Lindley ( Any old Time), sendo esse um dos segredos do disco- a instrumentação impecável e de grande profissionalismo dos músicos acompanhantes.
terça-feira, 1 de junho de 2010
Os trilhos da imaginação
Há coisas curiosas e uma delas é a imaginação e os truques que nos prega, apadrinhados pela memória.
No início dos anos setenta, costumava ler o Jornal de Notícias, do Porto e que na época publicava várias tiras desenhadas, em sequência diária, com historietas diversas. A maior parte dessas tiras, provinha da agência americana King Features Syndicate, Inc. e uma delas narrava em desenhos as aventuras do agente secreto Corrigan, também conhecido por X-9.
Os desenhos, em 1971, eram da responsabilidade de Al Williamson, embora tal facto, na época me fosse relativamente indiferente, tal como era a circunstância de a série ter já longos anos e o autor original se chamar Alex Raymond. O que a mim interessava mesmo, na altura, era ler a sequência diária e ficar de um dia para o outro à espera do desenvolvimento da história, nem sequer muito elaborada mas de efeito seguro, tal como qualquer filme de série b.
E os desenhos impressionavam-me pela qualidade intrínseca ao traço fino e preciso com que se mostravam carros, máquinas e...mulheres, geralmente modelos de beleza.
Entre 1 de Fevereiro e 1 de Maio de 1971 o Jornal de Noticias publicou as 78 tiras da história do Prisioneiro do Mosteiro e provavelmente a primeira tira da história que vi, foi esta, porque estava de férias de Páscoa, desde 1 de Abril de 1971.
O que me impressionou na imagem foi o desenho do convento budista.
E como descobri isto tudo?
No outro dia, no Porto, num alfarrabista, perguntei por aventuras de Corrigan, precisamente por andar à procura desta historieta. O livreiro mencionou um nome- José Matos-Cruz- como grande conhecedor da matéria e que até tinha escrito nos anos oitenta, vários textos a propósito precisamente, da publicação dessas tiras diárias no Jornal de Notícias. E mostrou-me algumas, de suplementos no Jornal de Notícias e Capital ( o relativo a estas imagens, sei-o agora, foi publicado em 26.10.1986 e 5.3.1987, respectivamente).
Uma busca rápida pela Rede apontou-me o nome do autor, como tendo um blog -Imaginário. E um endereço de email que logo utilizei para lhe expor o meu interesse particular nesta coisa pouco comum. E passados dias recebi a resposta amabilíssima não só com a menção à história em causa, como a data em que foi publicada e onde poderia encontrar tal coisa. Da leitura à ebay foram alguns segundos e na Itália havia precisamente para venda um desses volumes em que tal história aparecia.
São desse volume- Eureka Bum, suplemento ao nº 124, de 15 de Maio de 1974- as imagens a preto e branco e com a dimensão das tiras que o JN publicava que aqui ficam.
E obviamente o agradecimento, mais uma vez, ao especialista José Matos-Cruz.
Aditamento em 15.6.2010:
Al Williamson morreu no Domingo, 13 de Junho, com 79 anos, na sua cidade natal, Nova Iorque. Lido aqui.
No início dos anos setenta, costumava ler o Jornal de Notícias, do Porto e que na época publicava várias tiras desenhadas, em sequência diária, com historietas diversas. A maior parte dessas tiras, provinha da agência americana King Features Syndicate, Inc. e uma delas narrava em desenhos as aventuras do agente secreto Corrigan, também conhecido por X-9.
Os desenhos, em 1971, eram da responsabilidade de Al Williamson, embora tal facto, na época me fosse relativamente indiferente, tal como era a circunstância de a série ter já longos anos e o autor original se chamar Alex Raymond. O que a mim interessava mesmo, na altura, era ler a sequência diária e ficar de um dia para o outro à espera do desenvolvimento da história, nem sequer muito elaborada mas de efeito seguro, tal como qualquer filme de série b.
E os desenhos impressionavam-me pela qualidade intrínseca ao traço fino e preciso com que se mostravam carros, máquinas e...mulheres, geralmente modelos de beleza.
Entre 1 de Fevereiro e 1 de Maio de 1971 o Jornal de Noticias publicou as 78 tiras da história do Prisioneiro do Mosteiro e provavelmente a primeira tira da história que vi, foi esta, porque estava de férias de Páscoa, desde 1 de Abril de 1971.
O que me impressionou na imagem foi o desenho do convento budista.
Não sei porquê, nem sequer o motivo pelo qual nunca perdi essa imagem da memória, entre os milhões de coisas e objectos que entretanto passaram pela consciência e inconsciência. No entanto, a nitidez dessa imagem esquemática e quase em esquisso, ao longo do tempo desapareceu, paradoxalmente, para se fixar numa imagem mais nítida e precisa que se associou ao verdadeiro convento budista no Tibete que aparece nesta imagem. Uma imagem falsa, portanto, uma vez que a verdadeira, original, não era sequer do convento do Tibete e apenas uma alusão ficcionada ( o país da historieta é um inexistente Kalipur) e que no entanto se trasmudou por efeito ilusório ao longo dos anos.
E como descobri isto tudo?
No outro dia, no Porto, num alfarrabista, perguntei por aventuras de Corrigan, precisamente por andar à procura desta historieta. O livreiro mencionou um nome- José Matos-Cruz- como grande conhecedor da matéria e que até tinha escrito nos anos oitenta, vários textos a propósito precisamente, da publicação dessas tiras diárias no Jornal de Notícias. E mostrou-me algumas, de suplementos no Jornal de Notícias e Capital ( o relativo a estas imagens, sei-o agora, foi publicado em 26.10.1986 e 5.3.1987, respectivamente).
Uma busca rápida pela Rede apontou-me o nome do autor, como tendo um blog -Imaginário. E um endereço de email que logo utilizei para lhe expor o meu interesse particular nesta coisa pouco comum. E passados dias recebi a resposta amabilíssima não só com a menção à história em causa, como a data em que foi publicada e onde poderia encontrar tal coisa. Da leitura à ebay foram alguns segundos e na Itália havia precisamente para venda um desses volumes em que tal história aparecia.
São desse volume- Eureka Bum, suplemento ao nº 124, de 15 de Maio de 1974- as imagens a preto e branco e com a dimensão das tiras que o JN publicava que aqui ficam.
E obviamente o agradecimento, mais uma vez, ao especialista José Matos-Cruz.
Aditamento em 15.6.2010:
Al Williamson morreu no Domingo, 13 de Junho, com 79 anos, na sua cidade natal, Nova Iorque. Lido aqui.
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