segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Beatles: as novas matrizes dos discos



Na revista inglesa Sound on Sound deste mês, um artigo sobre as novas edições da discografia dos Beatles explica os detalhes técnicos da rematrização.

A equipa, sete elementos acima retratados, começou assim:

Em primeiro lugar experimentaram vários equipamentos para reprodução das fitas originais e escolheram um Studer A80. Nunca consideraram seriamente a utilização do gravador original, um aparelho EMI, o British Tape Recorder, acima retratado na imagem a preto e branco, e que não se encontra actualmente no melhor estado de uso. Segundo os técnicos, as fitas originais das gravações dos Beatles, encontram-se em muito bom estado, mesmo as fitas com a gravação em mono que não teriam sido usadas em 40 anos e que partiam com alguma frequência exigindo cuidado acrescido.
A transferência do som analógico da fita original, para o digital, fez-se com o cuidado exigido a cada uma das canções

Para transferirem o som analógico provindo da leitura da fita realizada pelo Studer A80, usaram um conversor analógico/digital, Prism, ADA-8XR, cuja imagem é esta, em baixo à direita e que permite gravar em formato digital com 16 canais e numa conversão de 24 bits, com frequência de amostragem de 192kHz.



















A interface digital para estas operações, foi o programa ProTools HD.
Para reduzir o ruído, equilibrando o som, usaram aparelhos da Cedar Cambridge, na imagem. abaixo , à esquerda. Para equalização e limitação do sinal analógico, usaram mesas de mistura EMI TG console, de 1972 ( semelhante à da imagem da direita em baixo e que serviu para tratar o som da Antologia dos mesmos Beatles) e utilizaram ainda limitadores/ compressores do sinal digital da marca Jünger DO2 e Maselec MEA-2
Só depois disso transferiram o som para o cd. Em 16 bits/44.1kHz, mesmo assim...o que deixa a desejar ouvir em 24/192, num futuro próximo em formato blu-ray.
Segundo indicam os técnicos - Guy Massey, em particular- tiveram acesso às notas de trabalho de realização dos LP´s originais e obviamente aos discos originais que lhes permitiram perceber a existência de cortes e limitação nas baixas frequências para "caberem" nos discos de vinil. Outro pormenor reside no intervalo das canções. Nos discos, tornou-se obrigatório nessa altura, manter intervalos de seis segundos, o que é uma eternidade nos tempos que correm. Assim, reduziram esse tempo nas rematrizes em estéreo ( reduziram ainda mais um pouco que as reduções já feitas nas regravações dos anos oitenta) e mantiveram na mesma, nas mono, os seus segundos.



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