Nos anos sessenta, em Portugal, praticamente não havia jornal ou revista dedicado em exclusividade à música popular de alguma qualidade. Nacional ou estrangeira. havia revistas de espectáculos e televisão, como a Nova Antena, a Plateia, a Rádio & Televisão e poucas mais. em 1968, a revista Cine-Disco, depois, Mundo Moderno, veio colmatar essa falha, mas a primeira publicação a impor-se nessa área específica, foi o Mundo da Canção, surgido em finais de 1969.
Porém, logo em 1971, nascia o jornal quinzenal, sem variações de cor, Disco, música e moda. O modelo, graficamente e por assuntos, era o inglês Disc, and music echo.
O primeiro número, dedicava a capa aos Crosby Stills, Nash & Young e ainda aos Rolling Stones e a Elton John, três pesos-pesados da música pop/rock.
O aparecimento da imprensa musical em Portugal, no entanto, foi precedido das páginas avulsas sobre o assunto, nos jornais diários, particularmente o Diário Popular, às sextas-feiras, com o suplemento Top Ten.
Em 15 de Abril de 1971, comprei o primeiro número do Disco, música & moda. Por causa de uma capa dedicada aos Beatles e com um convite na própria capa, aos leitores, para escreverem sobre o grupo, até ao mês seguinte. Desconheço o que se passou ( talvez o ié-ié, possa ajudar), porque o número seguinte do jornal que voltei a comprar, foi o de 1 de Setembro de 1971, já o 15º e por causa da reportagem sobre o festival de Vilar de Mouros, ocorrido no início desse Verão.
Vilar de Mouros, foi um happening, para quem esteve presente a apreciar cantores e grupos que nunca por cá haviam passado. Elton John, ainda na fase inicial da carreira e com Your song na bagagem hospedou-se num hotel de Viana do Castelo e ninguém o viu, antes do espectáculo, 30 quilómetros mais a norte. Mas deu que falar o ambiente de nova onda, vinda de fora e com reflexo nos costumes. Nessa altura, o sinal mais visível, era o cabelo comprido e a roupa de ganga. Depois, vinha a música. Quase toda de expressão anglo-saxónica e com intérpretes bem narcados, com os Beatles e os Rolling Stones à frente do longo combóio nas mudanças de costumes e algumas mentalidades.
O jornal Disco, voltou a interessar no número 18, porque trazia pela primeira vez uma capa a cores, com Johnny Cash como vedeta e a música country e ainda um poster do artista, como pretexto para um artigo de Hélio de Sousa Dias. Cash, cantava A boy named Sue, já antiga e ainda I walk the line, com as onomatopeias estaladas na guitarra acústica.
Depois disso, em Portugal, a imprensa musical só voltou a ser notícia, em Fevereiro de 1977, com o aparecimento da revista Música & Som, dirigida por António L. Mendonça, escrita por A. Amaral Pais e com colaboradores do tomo de José Niza, Manuel Cadafaz de Matos, João de Menezes Ferreira, João David Nunes e Jaime Fernandes, estes dois últimos, bons apresentadores e locutores de rádio, como jamais houve depois deles. A revista começou com 30 mil exemplares.
O Disco, música & moda, em 1971, não venderia tanto e tinha como curiosidade, o facto de ter como director adjunto, um certo Ruben de Carvalho, actual prócere do PCP, segundo tudo indica.
Porém, logo em 1971, nascia o jornal quinzenal, sem variações de cor, Disco, música e moda. O modelo, graficamente e por assuntos, era o inglês Disc, and music echo.
O primeiro número, dedicava a capa aos Crosby Stills, Nash & Young e ainda aos Rolling Stones e a Elton John, três pesos-pesados da música pop/rock.
O aparecimento da imprensa musical em Portugal, no entanto, foi precedido das páginas avulsas sobre o assunto, nos jornais diários, particularmente o Diário Popular, às sextas-feiras, com o suplemento Top Ten.
Em 15 de Abril de 1971, comprei o primeiro número do Disco, música & moda. Por causa de uma capa dedicada aos Beatles e com um convite na própria capa, aos leitores, para escreverem sobre o grupo, até ao mês seguinte. Desconheço o que se passou ( talvez o ié-ié, possa ajudar), porque o número seguinte do jornal que voltei a comprar, foi o de 1 de Setembro de 1971, já o 15º e por causa da reportagem sobre o festival de Vilar de Mouros, ocorrido no início desse Verão.
Vilar de Mouros, foi um happening, para quem esteve presente a apreciar cantores e grupos que nunca por cá haviam passado. Elton John, ainda na fase inicial da carreira e com Your song na bagagem hospedou-se num hotel de Viana do Castelo e ninguém o viu, antes do espectáculo, 30 quilómetros mais a norte. Mas deu que falar o ambiente de nova onda, vinda de fora e com reflexo nos costumes. Nessa altura, o sinal mais visível, era o cabelo comprido e a roupa de ganga. Depois, vinha a música. Quase toda de expressão anglo-saxónica e com intérpretes bem narcados, com os Beatles e os Rolling Stones à frente do longo combóio nas mudanças de costumes e algumas mentalidades.
O jornal Disco, voltou a interessar no número 18, porque trazia pela primeira vez uma capa a cores, com Johnny Cash como vedeta e a música country e ainda um poster do artista, como pretexto para um artigo de Hélio de Sousa Dias. Cash, cantava A boy named Sue, já antiga e ainda I walk the line, com as onomatopeias estaladas na guitarra acústica.
Depois disso, em Portugal, a imprensa musical só voltou a ser notícia, em Fevereiro de 1977, com o aparecimento da revista Música & Som, dirigida por António L. Mendonça, escrita por A. Amaral Pais e com colaboradores do tomo de José Niza, Manuel Cadafaz de Matos, João de Menezes Ferreira, João David Nunes e Jaime Fernandes, estes dois últimos, bons apresentadores e locutores de rádio, como jamais houve depois deles. A revista começou com 30 mil exemplares.
O Disco, música & moda, em 1971, não venderia tanto e tinha como curiosidade, o facto de ter como director adjunto, um certo Ruben de Carvalho, actual prócere do PCP, segundo tudo indica.
Jornal Diário Popular de 16.10.1970 e 31.12.1971:
6 comentários:
Sei quem é o LPA, de Lisboa, mas não sou o LPA. Gostaria, por isso, que o equívoco fosse desfeito.
Nos anos 60, a melhor revista era, de facto, a "Rádio & Televisão" e, aqui e além, a "Plateia".
Antes da "Nova Antena" havia a "Antena", a "Magazine", a "TV". A "Flama" e o "Século Ilustrado" também amiúde publicavam reportagens sobre música.
O 1º número de "Disco Música & Moda" é de 01 Fevereiro de 1971. Não sei onde foi buscar a confusão.
Havia ainda o "Álbum da Canção", a "Memória do Elefante", "Musicalíssimo"...
Luís
Ok. Fica então desfeito o equívoco escrito e refeito o escrito, já a seguir.
Quanto aos jornais, obrigado pela lembrança. Quanto ao Século Ilustrado, é esquecimento imperdoável porque tenho memórias guardadas.
Quanto ao Musicalíssimo é mais recente mas também tenho um número ou outro ( com o Phototi) e o 1º número do Disco, é de facto dessa altura e confundi porque não fui verificar.
Obrigado pela atenção e correcção.
Eu é que agradeço a correcção do trato e a pronta rectificação do equívoco.
pode sempre contar comigo!
Luís
Olá José, como está ?
Tenho estado relativamente afastada da blogosfera, mas ainda que sem elaborar comentários eu sempre procuro acompanhar aquilo que escreve.
Sei que não aprecia muito a interacção nas caixinhas de comentários.Isso leva a que eu muitas vezes me iniba de os fazer, em consideração ao que sei já ser a sua forma de pensar a esse respeito.
De quando em vez, não consigo evitar.
Gostei muito do seu post sobre Fátima, hoje na GLQL. Até escrevi sobre o tema também.
Já havia visto estes dois posts.
São magníficos.
Às vezes copio as imagens que são belíssimas. Mas prometo que se as usar cita-lo-ei sempre como fonte e acrescentarei link para cá.
Que bom seria José, se um Milagre de Fátima ou, simplesmente divino, se fizesse na vida de cada um de nós ?
Estou muito necessitada de milagres.
Entretanto, tenho pelo menos a transcendência dos seus posts.
Um beijinho, José.
Maria
Boa tarde
Parabéns pelo blog e obrigado pela partilha de tão preciosa informação, especialmente para pessoas como eu, que fazem investigação. Teria o maior interesse em ler o artigo intitulado "o Porto à frente do jazz em Portugal" , anunciado na capa da revista "Disco música e moda" Ano 1 nº6 (de 15 de Abril) cuja foto partilha nesta página . Seria possível ? Agradecia-lhe muito. Tenho a certeza que seria um contributo precioso para o meu trabalho.
melhores cumprimentos
José Menezes
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