sábado, 21 de janeiro de 2012

Led Zeppelin e o som recortado de Physical Graffiti

Este disco dos Led Zeppelin, saído nos primeiros meses de 1975 passou pela primeira vez nos meus ouvidos, no rádio do programa Página Um, em Abril de 1975 ( o programa esteve interrompido por causa do PREC, desde meados de Fevereiro desse ano, até 5 de Abril). Nesse mês e seguintes, o disco passou com regularidade diária e a audição de Boogie with Stew, Kashmir, Down by the seaside, In the Light e In my time of dying tornou-o um dos discos que então mais apreciava.
Foi um dos discos que pedi para me gravarem em cassete ( os outros foram Bullinamingvase, de Roy Harper e Sometimes you eat the beer, de Ian Matthews) e ouvia-o num rádio da Grundig ainda em mono e depois no carro de um amigo que tinha leitor de cassetes.
Seja como for, o som que então ouvia marcou-me de tal modo que ainda hoje com a audição do lp em aparelho hi-fi e na presagem alemã, da época ( imagem acima e muito procurada) não consigo retirar o sumo sonoro que então era vertido nessas audições.
O disco tinha sido reportado por Nick Kent ( de quem anda aí uma autobiografia muito interessante-Apathy for the Devil) que tinha uma relação privilegiada de proximidade com os membros do grupo, no jornal semanário inglês New Musical Express que comprei em Dezembro de 1974 ( imagem abaixo) e que trazia uma recensão crítica muito pormenorizada do disco, com a indicação dos tempos de duração das faixas e apreciação do valor de cada uma por um Nick Kent que então já se entregara às drogas, como confessa no seu livro, mas que era incapaz de escrever sob a sua influência. E escrevia bem.
Passados dois meses, na edição de Fevereiro de 75, a revista Rock & Folk publicava a mesma recensão crítica deste disco dos Led Zeppelin que cheguei a ouvir em cassete, no ano seguinte e nos passeios de domingo no carro de um amigo que nos levava para aldeias vizinhas para ver as raparigas que estavam disponíveis ( para namorar, claro, e foi assim que o Luís casou com uma delas). Esse disco e o dos Queen, A night at the opera, também de 1975, era um must desses preâmbulos...quando ainda nem tinha 20 anos.

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