segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Dylan 1976-79

Imagem da Rolling Stone de 23.10.1975.

Uma das coisas que me agrada, nestes escritos particulares, é a rememoração de datas e factos, alguns deles esquecidos e repescados para a ribalta da memória activa.
A descoberta da música de Bob Dylan, ocorreu mais ou menos como descrito antes. O single George Jackson, acompanhado pela sonoridade do Concerto para o Bangla Desh, deu corpo ao interesse já mediatizado na figura mítica de Dylan. Michel Delpech, cantava Wight is Wight, Dylan is Dylan e este verso, resumia a mitologia que rodeava a figura do cantor americano.

Em Outubro de 1975, depois de ter ouvido bem Blood on the tracks, sentia-me completamente conquistado pela música e imaginário de Dylan, reparando no que se publicava a seu respeito, mesmo sem conhecer discos anteriores, bem mais importantes do que os da época e futuros.

No final do ano, comprei pela primeira vez a revista Rolling Stone, que trazia na capa, a imagem de Patty Hearst, herdeira do império jornalístico e ao mesmo tempo, seguidora de um grupelho revolucionário, depois de ter sido raptada e integrada no seio do mesmo.
A revista foi comprada em Coimbra, na livraria Bertrand, do largo da Pportagem, onde se vendia acompanhada de outras revistas americanas e francesas que me despertavam a atenção.

Logo nas primeiras páginas, uma foto que me pareceu fantástica, dava conta, no texto que a acompanhava, de um espectáculo de Bob Dylan, em homenagem a John Hammond o publicista que o deu a conhecer à editora Columbia e o contratou. Numa época em que as fotos de Dylan eram raras e as mesmo as revistas estrangeiras não eram generosas na mostra iconográfica, qualquer informação visual sobre o artista, era uma pequena maravilha.

A foto, publicada acima, pode ser vista e agora com o You Tube até pode ser vista e ouvida a música que então tocava, por ocasião dessa reunião. No caso, Hurricane, do disco Desire ( aqui numa versão superior à do disco, mesmo com o violino irritante de Scarlett O Hara), saído em 76 e que foi uma desilusão em relação a Blood on the tracks.

Mesmo assim, só em Março de 1976, com a Rock & Folk, descobri a imagem dos discos anteriores de Bob Dylan, particularmente de Blonde on Blonde de que já lera maravilhas e ouvira eventualmente uma ou outra cançãoo ( Just like a woman ). O disco, esse e os outros, só nos anos oitenta, vim a ouvi-los com toda a atenção e a reconhecer que Bob Dylan é um artista grande da música popular que disse tudo nos anos sessenta. Porque esses primeiros discos, são verdadeiros clássicos.





















Imagens da Rock & Folk de Março de 1976.

Em 1978, na sequência destes textos e imagens, quando saiu o disco Street Legal, a penúltima tentativa de Dylan., em fazer um disco minimamente interessante ( a última foi com Slow Train Coming, do ano seguinte), apareceu uma entrevista na Rolling Stone, a Jonathan Cott, o intelectual de serviço.
Nessa época, já a Rolling Stone deixara de aparecer nos locais de venda habituais, e a portuguesa Música & Som, no número de Abril de 1978, publicava a primeira parte da entrevista, num exclusivo que me sabia a caçar com gato, em vez do cão original.
Também nessa altura, Dylan já tinha lançado o disco ao vivo Hard Rain, que pouco tem a ver com Before the Flood. Tinha ainda lançado em finais de 1975, o duplo Basement tapes, recolha de velhos temas pirateados nos White Wonders, míticos, dos anos sessenta. Viria ainda a publicar, em 1979, outro disco ao vivo, At Budokan, também de relativo interesse.
Dylan, musicalmente, para mim, ficou aí, faz agora trinta anos.

Só tempo depois, descobri a capa original da revista Rolling Stone que sempre quis coleccionar, por causa disso mesmo. A Rock & Folk francesa, até lhe copiou o motivo, num desenho de Solé, na edição de Julho de 1978.


1 comentário:

Luis Freitas disse...

Pelo amor de Deus! Scarlett Ohara é de "E o vento Levou". A Scarlet em questão, goste voce, ou não, é:
Scarlet Rivera.
Luis Freitas
lfbf45@yahoo.com.br