Há 40 anos havia uma revista de banda desenhada que me despertou a curiosidade, para além do Tintin. Tinha duas dúzias de páginas, todas a preto e branco, com excepção da capa e contra-capa, mesmo assim em paleta limitada. Por isso mesmo era mais barata que o Tintin. Custava 5$00 enquanto aquele ficava por 7$50 e as historietas eram de proveniência americana, mesmo do Sul, como era o caso de Cisco Kid, desenhado por Jose Luis Salinas. Tinha ainda histórias desenhadas pelos portugueses Eduardo Teixeira Coelho e Vítor Péon. E uma história de um romance histórico, de Alexandre Dumas- Os mosqueteiros do rei, o homem da máscara de ferro, ilustrada de modo soberbo por Arturo Castillo. Nessa mesma altura lia as aventuras dos três mosqueteiros que afinal eram quatro.
Em Janeiro desse ano decidi-me a comprar o primeiro número quando já ia no 30º com frequência semanal. E tudo por causa de umas páginas sobre um desenhador americano- Alex Raymond- e que o mostravam em pleno exercício da profissão. O que verdadeiramente me atraiu foi a foto em que se via um estirador, com a tampa basculante. Fascinava-me a possibilidade de ter uma mesa de desenho assim. Nunca tive...
Imagens do Jornal do Cuto nºs 31 e 32 de 2 e 9 de Fevereiro de 1972.
Imagem dos Mosqueteiros do Rei, do Jornal do Cuto nº 33 de 16 de Fevereiro de 1972. O esquema clássico da banda desenhada- "...continua"- acompanhado pela interrogação sobre o que acontecerá a seguir era fatal para a leitura da semana seguinte.
Ainda assim, a revista não passou de meia dúzia de números, nas minhas mãos. O dinheiro não chegava para tudo e em 1972 dei em comprar a revista Vida Mundial. Semanal e dedicada a assuntos da actualidade política e culturais.
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