Em Junho de 2020 Neil Young lançou um disco que ficara por conta dos "arquivos" que se seguiriam ao Vol.I.
O disco conhecido como Homegrown era um que tinha sido guardado em 1975, depois de gravado e produzido, pronto para publicação.
Segundo rezam agora as crónicas, o disco era para ser publicado logo depois de On the Beach, de 1974, só não tendo sido porque em audição conjunto com outros músicos, Neil Young decidiu que era melhor publicar Tonight´s the Night, gravado em 1973, em vez desse. E assim foi.
Não obstante, ao longo dos anos houve quem se dedicasse a adivinhar as canções originais que faziam parte do disco guardado e o álbum tornou-se mítico por causa disso e da extrema qualidade que fazia lembrar Harvest e poderia ter sido o melhor sucessor de tal êxito de Neil Young.
Na sua biografia, Waging Heavy Peace, Neil Young escreve que foi Rick Danko dos The Band quem sugeriu a troca.
Num livro de 2014, The Greatest Albums you´ll never hear, o disco nem sequer tinha a capa bem definida.
Também em 14.8. 1975, à revista Rolling Stone, Neil Young, falou no assunto:
Por esta altura já eu andava à cata desta revista americana, que tinha visto em Abril pela primeira vez com olhos de ver ( o número que tem na capa Peter Falk) e que de repente deixou de ser distribuída por cá, tendo regressado no Outono desse ano.
Nem conhecia a beleza gráfica e a cores desta capa antes da publicação das capas da revista por ocasião da celebração do XX aniversário, em 1987.
A revista Uncut de Junho de 2020 deu finalmente a conhecer o conteúdo do disco mítico e a audição do mesmo revela que é um dos discos fundamentais de Neil Young, com destaque para dois ou três temas com a participação do baterista Levon Helm, dos The Band:
Talvez por causa destes artigos dava-se como assente que o tema Love/Art blues faria parte da lista, o que se verificou não ser o caso quando o disco apareceu pela primeira vez, em Junho de 2020.
O tema ficou para outras núpcias, as de Novembro de 2020 quando foi lançado o tão esperado Archives Vol. II. Para compensar teve direito a três versões diferentes e qualquer uma delas vale a pena ouvir.
Esta compilação de arquivos refere-se aos anos de 1972 a 1976, um período fértil em produtividade musical de Neil Young e aliás o meu preferido porque foi nesse tempo que conheci a obra do músico e acompanhei a publicação dos seus discos.
Assim, tal como a anterior, Vol. I. esta merece a audição atenta de todos os dez discos, agora em cd, alguns repetidos porque já publicados antes ( Tonight´s the night ao vivo- Roxy; Homegrown e Tuscaloosa). Tal audição pode também fazer-se no sítio dos arquivos de Neil Young, em resolução PCM 24/192kHz, o que é um regalo maior porque superior ao cd e próximo do som do vinil. Esta edição, ao contrário da anterior, do Vol. I não contempla a publicação de blu ray, com som e imagem sincronizados e que é uma maravilha.
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