quarta-feira, 1 de junho de 2016

Bob Dylan, Blonde on Blonde faz 50 anos

O disco de Bob Dylan,  Blonde on Blonde faz agora 50 anos por estes dias. É um dos discos mais importantes da música popular e quando saiu, em finais de Maio de 1966, não tinha idade para ouvir tal música e perceber o significado.

Só duas décadas mais tarde vi a capa do disco de que entretanto ouvira falar e se tornara mítico por isso mesmo e do qual ouvira apenas  algumas canções, como Just like a woman, por essa altura uma das músicas que mais gostava.
Devo ter escutado pela primeira vez tal tema em 1974 quando saiu o disco ao vivo Before the Flood que imediatamente me seduziu e conquistou para a música de Bob Dylan que conhecia apenas episodicamente e talvez por causa do tema Knocking on heavens door, da banda sonora do filme Pat Garret & Billy the kid, de 1973.
Por essa altura também passou na RTP a preto e branco um filme de Bob Dylan dirigido por D.A. Pennebaker , eventualmente Don´t look back e que me impressionou.
As canções Like a Rolling Stone e It ain´t me babe tornaram-se míticas por causa das letras que conseguia ler na Mundo da Canção  e da música que terei ouvido ocasionalmente e me parecia quase recitada mas com sonoridade intensa que se repete em Blonde on Blonde no órgão de um improvável Mike Bloomfield. 

Durante esse tempo lembro-me de ter escutado partes da canção Sad Eyed Lady of the Lowlands, em emissões de rádio em que se falava da estranheza em ocupar toda uma faixa de um do discos ( a última).

A capa de tal disco mítico apareceu pela primeira vez, para mim, nas páginas da revista Rock & Folk, do mês de Março de 1976, a par das outras capas de discos anteriores. Foi essa a primeira vez que a vi, a preto e branco e suscitou-me curiosidade em conhecer o disco, bem como os demais, precisamente por causa de nessa altura já ter saído aquele Before the Flood e o grande disco de 1975 Blood on the tracks que definitivamente me tornou um fã incondicional de Bob Dylan.



O disco  só o ouvi integralmente dez anos depois, em 1986, na edição espanhola, aliás bem prensada, mas uma reedição em stereo do original, em mono.

Esta versão original só a ouvi há alguns anos em prensagem de origem e com uma sonoridade que carece de habituação porque as versões em stereo são aparentemente melhores.

Antes disso, porém, ouvi a versão em cd simples da Columbia-Legacy na série Mastersound Collector´s Edition ( em SBM, 20- bit digital transfer) de 1994 que me pareceu excelente e ainda a versão em sacd duplo saída em  2003 que também é excepcional.






Porém, prefiro as versões em vinil do disco que aliás são díspares e soam diferentes. A prensagem espanhola difere de uma prensagem jugoslava, também em stereo que comprei há alguns anos, com vantagem para esta última ( imagenms mais pequenas, sendo a de cima a espanhola).


A versão original, americana e com referência C2L41 XLP113761-2B, na parte morta da primeira face do disco um, é em mono e soa muito bem, sendo a que se aproxima do som original gravado em Nashville, há 50 anos, com músicos de estúdio como Charlie McCoy.


3 comentários:

Rato disse...

Olá José

Vale a pena comprar a caixa mono de todos os albuns do Dylan, saídos nos anos 60, desde "Bob Dylan" (1961) até "Nashville Syline" (1969). O som é excelente e o "Blonde on Blonde" não foge à regra. Só conhecia a versão stereo (ainda tenho o vinil original de 66), mas o original em mono supera-a.
Abraço

josé disse...

Rato! Long time no see...

Tenho a versão em mono, original e first pressing, como é mostrada.

Ouvi-a ontem no Thorens TD 160 Super, com braço Pierre Lurné ( que me aconselhou a calibrar) e cabeça de leitura Dynavector 10x5 e gravei em 24 bits/192kHz, através do Roland Quad Capture.
Voltei a ouvir o ficheiro digital que ocupa quase 3 gigas por cada disco, no meu pequeno HiRes Player da Fiio ( X5II) ligado a um DAC da TEAC ( hd 101) e com auscultadores Sennheiser hd40 dos anos oitenta.

Maravilha de som! Nirvana!

Quem gosta de som devia fazer a experiência.

Essa caixa com os "monos" de Dylan é de quando?

josé disse...

Por outro lado tendo a desconfiar das reedições comparadas com os originais.

Tinha um disco da dupla Dillard and Clark, Fantastic Expedition que ouvi a primeira vez num programa de rádio de Jaime Fernandes aí pela segunda metade dos setenta. O disco era reedição de há uns anos da etiqueta Sundazed, americana.

ALgum tempo depois comprei a versão original da A&M e a diferença de som é notória, para muito melhor, no disco original.

Tenho ainda um disco dos Flying Burrito Brothers, o primeiro, The gilded palace of sin, em versão da Rádio Triunfo, nacional.
Parece-me excelente e tenho visto que no ebay há quem peça 100 euros por essa versão.

Mas assim que apanhar um original usa, a bom preço, compro para comparar.