No final do Verão de 1972 a música que me impressionava andava por aqui, por estas referências da imprensa da época: Mundo da Canção, particularmente o disco de Don McLean, American Pie, já por aqui citado. e as duas canções fundamentais desse disco, precisamente American Pie e Vincent, sobre Van Gogh.
Vindos do ano anterior ( revista Disco, música & moda, de Outubro de 1971) ainda sobravam ecos de músicas como Chicago, de Graham Nash e de duas que não ouvira na altura, apesar de ler nos hit parades que estavam nos tops: Reason to believe/Maggie Mae, de Rod Stewart e Uncle Albert/Admiral Halsey, de Paul e Linda McCartney.
Em finais de Julho de 1972, por motivos que suspeito estarem ligados ou à música dos Deep Purple ( figura da capa, com o baterista Ian Paice) na época a gozar o prestígio de Machine Head ( Highway Star e Smoke on the water e Never Before) ou a outro motivo qualquer relacionado com o facto de o jornal ser graficamente bem feito, e com anúncios interessantes, comprei pela primeira vez o Disc, que custava então 9$00. Poderia ter sido a música de John Lennon The Luck of the irish, mas não naquela data porque o disco saiu em Junho desse ano e em finais de Julho provavelmente ainda não o teria ouvido por cá, uma vez que os discos então se atrasavam muito na passagem do Atlântico ou mesmo do Canal da Mancha. Por vezes demoravam meses e noutras vezes eram indivíduos carolas que vivendo nesses países ou viajando para lá, emprestavam aos radialistas de certos programas para os passarem. Sucedeu tal coisa com o disco dos Geneses, The Lamb lies down on Broadway, em 1974. E Bob Dylan, com Blood on the tracks, em 1975 ( o disco saiu originalmente em 17.1.1975 e um mês depois, em 18.2.75 passava pela primeira vez no Página Um da R.R.). Mas tal julgo que não sucedeu com The Luck of the irish uma melodia espantosa de Lennon que sempre me fascinou pela beleza musical, mas que terei ouvido ainda nesse ano de 1972 e depois descobri que o jornal Disc tinha feito nesse número uma recensão ao LP, Sometime in New York City, aliás considerado relativamente fraco na discografia daquele.
O jornal inspirara pelo menos no título, o outro, Disco, música & moda e talvez essa razão suplementar me levasse a gastar o dinheiro, no Verão de 72.
Nessa altura rodava nos gira-discos dos rádios o tema de Elton John, Rocket man, um single de Honky Chateau, saído em Maio e que me lembra inevitavelmente esse ano.
Mas poderia também ser Song sung blue, de Neil Diamond. Ou Alone again ( naturally) de Gilbert O´Sullivan ou mesmo Conquistador, dos Procol Harum, ao vivo com orquestra em Edmonton. Ou ainda o tema Son of my Father do grupo Chicory Tip, uma música que começava com um ritmo sinterizado e apanhava o ouvinte numa melodia pop muito cativante. Ou também Without You de Nilsson, uma grande canção.
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