quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Paul Williams



No rádio dos anos setenta, havia sempre surpresas nas audições nocturnas, dos programas de Fernando Balsinha ou do Espaço 3p, de Jorge Lopes.
Uma das surpresas dessas noites de escuta deliciosa, de novidade da música popular, era a sonoridade de um cantor a solo que se fazia acompanhar em modo suave e acústico , progredindo até aos metais e orquestra, por exemplo Like an old fashioned love song, uma cançoneta do início dos setenta, já ouvida numa versão mais batida, pelos Three Dog Night.

O cantor era Paul Williams e o disco que a continha, com o mesmo nome, saira em 1972 e continha outras preciosidades singelas de música de cantor a solo, como We´ve only just begun, retomada depois pelos Carpenters ou A perfect love, num crescendo de romantismo.

O êxito dessa primeira canção, tinha já sido precedido pela audição no programa Página Um, de um tema da banda sonora de Phantom of Paradise, Old Souls, na interpretação de Jessica Harper que ficava no ouvido, no final de 1974, época de ouro do rádio da Página Um, programa das 19h e 30m até às 21 h que ouvia religiosamente, ao ponto de apontar o alinhamento das músicas, incluindo os anúncios e pausas. O apresentador, era o actual Luis Filipe Martins, da LPM, com o blog Lugares comuns.

Em 1975, foi sem surpresa que apareceu o tema Flash, do álbum Ordinary Fool, que por si justifica o LP que contém ainda uma versão de Old Souls.

Esse tema , Flash, atravessou os anos setenta até ao novo milénio, intacto, na sua pureza acústica, porque só o voltei a ouvir há alguns anos, depois de encontrar o Lp, perdido num qualquer coleccionador de discos antigos, nessa Europa ( julgo que em Pisa ou Lucca). Por 20 euros, voltei a ouvir Flash que já tinha quase esquecido ,como acontece com algumas cançonetas que de vez em quando vou recuperando a memória auditiva. Uma das últimas, foi um tema dos Pink Floyd, do disco Obscured by clouds, o tema Free Four soava-me muito em 73 e durante décadas desapareceu do ouvido. Mas ficou na memória como se sempre lá estivesse. Coisa estranha, já repetida.
Portanto, o mesmo sucedeu com Flash, de Ordinary Fool, de Paul Williams, num disco anódino que pouco mais recomenda.





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