quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Banda desenhada portuguesa

A banda desenhada portuguesa, nas últimas décadas, teve uma expressão artisticamente pública, quase nula.

Depois dos anos de ouro do Cavaleiro Andante e do Mosquito, antes de 25 de Abril de 1974, havia dois artistas conhecidos, mas nem por isso com sucesso público suficiente: Vítor Péon e Eduardo Teixeira Coelho.

As suas obras foram publicadas em algumas revistas, uma delas o Jornal do Cuto, de início dos anos setenta.












Logo após o 25 de Abril, com a liberdade quase completa de publicação, surgiram algumas publicações de âmbito totalmente libertário e sem barreiras de censura.

Em primeiro lugar, uma revista clássica e de grande ambição: a Visão, da editora Edibanda, propunha-se retomar uma banda desenhada feita em português, com autores portugueses. No centro do primeiro número, saído em 1 de Abril de 1975, o autor e director da revista, Vítor Mesquita, com a obra Eternus 9, repetida anos mais tarde no Mosquito, em retoma. A Visão valia o que valia Vítor Mesquita. Acabou por isso mesmo.












No mesmo ano de 1975, surgiram duas revistas de âmbito libertário e anarca: O Estripador, em Janeiro de 1975 e Evaristo, em Março do mesmo ano. Os desenhadores de proa, do Estripador, dirigido por Duarte Boavida e Delfim Miranda, copiavam textos da Actuel francesa e chamavam-se Melo Relvas e Bruno Scoriels.














O Evaristo, tinha um pouco de mais fôlego artístico, com a colaboração de Carlos Zíngaro, ilustrador de capas de discos, como o primeiro da Banda do Casaco ( de finais de 1974) ou os de Júlio Pereira, Fernandinho vai ao vinho e Lisboémia ( de 1976 e 1978).




2 comentários:

Abrenúncio disse...

Muitos parabéns pelo excelente blog, algo diferente (até que enfim!) do que geralmente se encontra na blogosfera.
Foi bom ter (re)lembrado músicas, revistas, rádios, etc, que marcaram a minha geração.
Quanto às cassettes (as saudosas cassettes, que eu adorava!), ainda há uns tempos espetei com centenas delas no lixo, com muita pena minha, por manifesta falta de espaço.
Voltarei mais vezes, certamente.
Saudações do Marreta.

MARIA disse...

Oh que maravilha, encontro aqui um outro amigo cujas palavras no que respeita às características deste espaço subscrevo inteiramente.
Sei que neste espaço não se exibem prémios e as palavras são raras.
Será por isso que o peso de cada palavra vale um prémio : um prémio muito bom.
Deixei em todo o modo a referência no meu blog - distinguido pela alma da Maria, com amizade blogosférica .