O primeiro disco de referência, daqueles que colecciono sempre que sai uma versão melhorada, vem com a oportunidade de escrever sobre uma novidade em dvd.
A editora Eagle Rock Entertainment, que tem produzido algumas obras em dvd musical, numa série intitulada classic álbuns, recupera de catálogos antigos, discos importantes da música popular de expressão anglo-saxónica. Publicou em Abril de 2007, o seu mais recente dvd musical: Apostrophe ( ‘) Over-nite sensation, de Frank Zappa.
O dvd apresenta os dois discos de Zappa, datados de 1974 e 1973, respectivamente, com imagens de alguns temas, tocados em concerto de época, comentados por músicos e familiares.
As imagens dos concertos, apanham alguns temas como Montana, tocado em 1973 e I´m the Slime, tocado em 1976 ( ambos de Over-nite sensation), para além de pequenos excertos de outros temas e a mostra de técnicas de estúdio, apresentadas pelo filho de Zappa, Dweezil, e uma incursão nos célebres arquivos, os “vaults”, de onde têm saído pequenas preciosidades sonoras, após a morte de Frank Zappa, em 1993, com 53 anos.
Zappa é com certeza, o compositor mais interessante de toda a música popular americana. Além da prolixidade das suas obras em disco que ultrapassam a meia centena de originais, os géneros musicais que se podem ouvir, passam todas as variedades de estilo, com destaque para o rock e o jazz, misturados em vocalizações e solos de guitarra sem paralelo no rock.
O disco LP, Over-nite sensation, saído em finais de 1973, foi publicado em Portugal na altura e passava frequentemente no rádio, nos programas nocturno da rádio Comercial, nos meses seguintes.
O disco, é um daqueles que se ouve com toda a facilidade de um clássico da música popular.
O primeiro tema a rolar, é Camarillo Brillo, uma paródia dos hippies, já em desuso, na altura e com uma toada de guitarra que faz lembrar os acordes básicos de Sultans of Swing, dos Dire Straits, uma meia dúzia de anos depois.
A Camarillo Brillo, segue-se I´m the Slime, cujo tema escrito é recorrente na obra de Zappa: a televisão cretinizante. A música compassada e em ritmo que hoje se diria hip-hop, começa com um solo de guitarra, corrido no baixo do braço, a que se junta pouco depois, o trombone e a trompete e os teclados de George Duke, para solidificar a secção rítmica, interceptada logo pelo solo final de guitarra wah-wah.
O tema terceiro, Dirty Love, explora novamente os campos escorregadios do sexo escrito para canções pop e presta-se a mais uma exploração do virtuosismo guitarrístico de Zappa e da sonoridade sottovoce, alcançada por método electrónico, em contraponto aos coros das Ikettes de Tina Turner.
No trecho Fifty-fifty, a voz de Ricky Lancelotti e o violino de Jean Luc Ponty, são as estrelas principais, antes da introdução jazzística de Zomby Woof, uma paródia ao esquisito, com voz de Tina Turner em evidência e teclados de George Duke, num exemplo das variações musicais zappianas.
O rolamento do início do disco, regressa com Dinah-Moe Humm, mais uma paródia de expressão sexual, com rap e ritmo sustentado e música demorada, num dos temas mais fortes do disco.
O último tema, Montana, reúne em si, a essência do disco, com relevo para a participação da vibrafonista Ruth Underwood e o solo de guitarra, longo e em estilo repetido em muitos discos de Zappa, intercala com vocalizações originais, cortadas abuptamente pela intervenção dos metais. A secção rítmica mantém ao longo do tema, o sustento de baixo e bateria que acompanha os restantes instrumentos de sopro e percussão, tornando difícil escrever e traduzir por letras, a sonoridade típica de Zappa, feita de pequenos trechos musicados e ritmados no interior das próprias composições, numa colagem de referências que se repetem de álbum para álbum, numa muito glosada continuidade conceptual.
Ao longo destes mais de trinta anos que ouço Overnite Sensation de Frank Zappa, primeiro no rádio e depois em disco, nunca deixei de pareciar todas as composições do disco.Dá até a impressão que a cada audição, a atenção a este ou aquele pormenor, permite descobrir pequenas sonoridades misturadas no seio do tema principal e pequenas variações de entoação, ritmo ou solo. O dvd recém saído, aliás, só o vem confirmar.
A editora Eagle Rock Entertainment, que tem produzido algumas obras em dvd musical, numa série intitulada classic álbuns, recupera de catálogos antigos, discos importantes da música popular de expressão anglo-saxónica. Publicou em Abril de 2007, o seu mais recente dvd musical: Apostrophe ( ‘) Over-nite sensation, de Frank Zappa.
O dvd apresenta os dois discos de Zappa, datados de 1974 e 1973, respectivamente, com imagens de alguns temas, tocados em concerto de época, comentados por músicos e familiares.
As imagens dos concertos, apanham alguns temas como Montana, tocado em 1973 e I´m the Slime, tocado em 1976 ( ambos de Over-nite sensation), para além de pequenos excertos de outros temas e a mostra de técnicas de estúdio, apresentadas pelo filho de Zappa, Dweezil, e uma incursão nos célebres arquivos, os “vaults”, de onde têm saído pequenas preciosidades sonoras, após a morte de Frank Zappa, em 1993, com 53 anos.
Zappa é com certeza, o compositor mais interessante de toda a música popular americana. Além da prolixidade das suas obras em disco que ultrapassam a meia centena de originais, os géneros musicais que se podem ouvir, passam todas as variedades de estilo, com destaque para o rock e o jazz, misturados em vocalizações e solos de guitarra sem paralelo no rock.
O disco LP, Over-nite sensation, saído em finais de 1973, foi publicado em Portugal na altura e passava frequentemente no rádio, nos programas nocturno da rádio Comercial, nos meses seguintes.
O disco, é um daqueles que se ouve com toda a facilidade de um clássico da música popular.
O primeiro tema a rolar, é Camarillo Brillo, uma paródia dos hippies, já em desuso, na altura e com uma toada de guitarra que faz lembrar os acordes básicos de Sultans of Swing, dos Dire Straits, uma meia dúzia de anos depois.
A Camarillo Brillo, segue-se I´m the Slime, cujo tema escrito é recorrente na obra de Zappa: a televisão cretinizante. A música compassada e em ritmo que hoje se diria hip-hop, começa com um solo de guitarra, corrido no baixo do braço, a que se junta pouco depois, o trombone e a trompete e os teclados de George Duke, para solidificar a secção rítmica, interceptada logo pelo solo final de guitarra wah-wah.
O tema terceiro, Dirty Love, explora novamente os campos escorregadios do sexo escrito para canções pop e presta-se a mais uma exploração do virtuosismo guitarrístico de Zappa e da sonoridade sottovoce, alcançada por método electrónico, em contraponto aos coros das Ikettes de Tina Turner.
No trecho Fifty-fifty, a voz de Ricky Lancelotti e o violino de Jean Luc Ponty, são as estrelas principais, antes da introdução jazzística de Zomby Woof, uma paródia ao esquisito, com voz de Tina Turner em evidência e teclados de George Duke, num exemplo das variações musicais zappianas.
O rolamento do início do disco, regressa com Dinah-Moe Humm, mais uma paródia de expressão sexual, com rap e ritmo sustentado e música demorada, num dos temas mais fortes do disco.
O último tema, Montana, reúne em si, a essência do disco, com relevo para a participação da vibrafonista Ruth Underwood e o solo de guitarra, longo e em estilo repetido em muitos discos de Zappa, intercala com vocalizações originais, cortadas abuptamente pela intervenção dos metais. A secção rítmica mantém ao longo do tema, o sustento de baixo e bateria que acompanha os restantes instrumentos de sopro e percussão, tornando difícil escrever e traduzir por letras, a sonoridade típica de Zappa, feita de pequenos trechos musicados e ritmados no interior das próprias composições, numa colagem de referências que se repetem de álbum para álbum, numa muito glosada continuidade conceptual.
Ao longo destes mais de trinta anos que ouço Overnite Sensation de Frank Zappa, primeiro no rádio e depois em disco, nunca deixei de pareciar todas as composições do disco.Dá até a impressão que a cada audição, a atenção a este ou aquele pormenor, permite descobrir pequenas sonoridades misturadas no seio do tema principal e pequenas variações de entoação, ritmo ou solo. O dvd recém saído, aliás, só o vem confirmar.
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