No Verão de 1975 os sons que gostava de ouvir na música popular ainda são alguns dos que hoje me encantam.
O rádio era o veículo habitual para ouvir tais sonoridades, geralmente à noitinha ou mesmo noite dentro, em programas como Em Órbita2, 2 Pontos, Espaço 3p, Boa noite em FM e outros.
Até Julho desse ano o disco maior foi Physical Grafitti dos Led Zeppelin, passado nos meses anteriores no programa Página Um da Rádio Renascença.
Blood on the tracks de Bob Dylan também. E Rick Wakeman com The myths and legends of King Arthur, juntamente com Irish Tour´74 de Rory Gallagher.
Country Life dos Roxy Music, Crime of the Century dos Supertramp, Propaganda dos Sparks e os Barclay James Harvest, com Everyone is everybody else.
Também contava para tal top a canção Slowth dos Fairport Convention ao vivo.
Em Junho o hit parade do jornal inglês New Musical Express era este, onde se evidencia o disco de Elton John, Captain Fantastic and the Brown dirt cowboy que estava no topo de vendas dos dois lados do Atlântico e ainda Venus and Mars dos Wings e Autobhan dos Kraftwerk.
Estes discos passavam nesses programas nocturnos do rádio então nacionalizado, no programa 4.
Nos singles,. Love will keep us together, de Captain and Tenille ouvia-se muitas vezes assim como I´m not in love dos 10cc.
A música portuguesa também passava nesses programas, particularmente a de Sérgio Godinho, com o disco À Queima-Roupa ou José Afonso e o Coro dos Tribunais.
Estas músicas tinham um acompanhamento regular nas revistas de música, como a Rock & Folk ou os jornais Melody Maker e New Musical Express, aqui numa crítica de 12 de Julho desse anos, ao disco de Frank Zappa One Size fits all que ouvia e de cada vez me interessava mais ouvir. Como hoje.
Porém, o disco que provavelmente terei ouvido mais nessa época não foi no rádio mas num gira-discos rudimentar de um amigo meu, o Zé Gomes que quando chegava lá a casa tinha sempre a rodar o Abraxas dos Santana. É um disco fantástico, ainda hoje, com uma capa que na versão original americana é um portento de ilustração.
Contudo, a beleza máxima, feminina, que me era dado ver em papel, nessa altura, era esta: uma imagem de Nico publicada na Rock & Folk de Fevereiro desse ano de 1975.
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