No início do Verão de 1974, no final de Junho, fui a Lisboa, de combóio com um amigo que lá tinha o pai, na tropa e a namorada, em Almada.
No dia 21 de Junho, à noite, fui ao cinema, no Éden.
Um dos locais que visitei em Lisboa foi a livraria Bertrand, no Chiado e que tinha quase o mesmo aspecto que hoje, com as várias galerias de livros e expositores muito parecidos aos que hoje existem.
Na galeria do fundo, ficava a secção de Banda Desenhada que em 1974 era de autêntico boom editorial, com álbuns e revistas estrangeiras, particularmente de expressão francesa.
Nessa altura, a revista Pilote que se publicava em França e que tinha visto por cá, à venda, no início do ano, tendo comprado alguns números que a mesma Bertrand distribuia, não se vendia porque estava prestes a acabar na sua edição semanal, o que eu ainda não sabia e que nos meses seguintes foi uma autêntica surpresa, marcante nesse ano de 1974 ao ver no escaparate da mesma Livraria a primeira edição mensal da revista.
Na Bertrand de Lisboa, porém, tal como noutras localidades como vim depois a descobrir, havia alguns álbuns de recolha de números anteriores, de 1973 e até antes, que me despertaram a atenção, tendo escolhido este ( que custou 115$50 em 25 de Junho de 1974) como primeira compra por causa das histórias que trazia e nunca vira. Duas delas foram determinantes.
A historieta de Giraud, já em estilo Moebius, chamada La déviation
E a historieta desenhada por Tardi, Adieu Brindavoine. Depois disto nada seria como dantes, para mim, na banda desenhada, porque surgiu um período de grande criatividade, espelhado em revistas que viriam a surgir , para grande deleite e proveito intelectual.
Uma autêntica "idade de ouro" da banda desenhada de expressão francesa que continuava o anterior período de grande expansão das historietas desenhadas para a juventude, com os tintins, astérix e lucky luke transformados em heróis de outros níveis e mundos.
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