Há quarenta anos, a par da música do rádio que ouvia religiosamente, havia a leitura de banda desenhada do Tintin que tinha descoberto no início desse ano de 1972, com o nº 42 de 11.3.1972, a par do jornal do Cuto, que já ia no nº 31 em 2.2.1972.
As diferenças entre as duas revistas eram de vulto. O Tintin baseava-se na banda desenhada franco-belga, publicando as historietas que apareciam originalmente no título homónimo originalmente belga e ainda a Pilote francesa. O jornal do Cuto publicava-se a preto e branco ( com excepção da capa e contra-capa) e trazia banda desenhada de expressão mais americana, mesmo do Sul ( A. Salinas, Arturo Castillo e Jesus Blasco, por exemplo) e ainda Alex Raymond ( Flash Gordon) ou Russ Manning ( Tarzan).
Uma historieta que me cativava há quarenta anos, nesta mesma altura, era a que abria a revista de 1.7.1972: "A missão do major Redstone" de Laudy e Duval. Mas também me interessava muito a história das aventuras de Lefranc, um repórter investigador, desenhado por Jacques Martin, com argumento de Bob de Moor.
Por essa mesma altura- Julho de 1972- comecei a reparar que a revista original, Tintin belga, também se vendia no mesmo local onde comprava a edição portuguesa, geralmente aos Sábados no final de manhã, antes das 12:30, altura em que a livraria Bertrand fechava.
Assim, em Agosto desse mesmo ano deixei-me tentar pelo primeiro número da revista, datado de 1.8.1972 e que trazia na capa uma ilustração de Dany sobre Olivier Rameau.
Porém, o prato forte da minha satisfação artística vinha nas páginas interiores: Comanche, de Hermann. Fantástica aventura e desenho fabuloso. Este:
Assim, quando vi na montra da livraria esta capa da edição de 15.8.1972 fiquei fascinado e rendido ao génio artístico de Hermann que comparava a Jean Giraud, autor de Blueberry.
O interesse nos Tintins durou cerca de dois anos. Em finais de 1974, a beleza e o fascínio dessas imagens impressas e as historietas que lhes davam forma, esmoreceu porque durante o Verão desse anos descobri a revista Pilote e o mundo desenhado ainda mais fascinante da fantasia heróica e da ficção científica, para além das historietas um pouco mais elaboradas da autoria de um Tardi, de um Fred ou de um Moebius. Pode dizer-se por isso mesmo que a adolescência ficou algures para trás e sem remissão, nesse período de tempo.
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