segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Rock & Folk, 14, rue Chaptal

Em Maio de 1975, com maior probabilidade já em Junho, comprei a Rock & Folk com capa que abaixo se mostra. Era o nº 100 da revista que comprava desde o Outono do ano anterior e na capa aparecia uma figura menor do rock, Alice Cooper que então ( e agora) pouco me interessava musicalmente.

Mas o recheio da revista prometia, com artigos sobre o "rock alemão", Nova Iorque e Deep Purple e as recensões críticas de discos- ChicagoVIII, Rick Wakeman ou Bad Company. E uma reportagem fotográfica sobre os bastidores da redacção da revista.
Ao longo dos meses, habituara-me já a ler alguns dos melhores críticos de rock que conhecia e foi com curiosidade que descobri o aspecto de um François Ducray, ou os directores Philippe Paringaux e Philippe Koechlin, para além do enfant-terrible Philippe Manoeuvre, num autêntico reinado filipino porque este já dava cartas na escrita da revista e actualmente a dirige.

Na página de apresentação, uma foto com a legenda 14, rue Chaptal, em Paris. Uma rua mítica conforme se pode ler agora.

Na página 43, uma lista de discos que se vendiam por correspondência. Alguns dos melhores discos de sempre, da música rock aí figuram, porque o rock, no dizer de um dos directores da revista ( Paringaux) teve a sua idade de ouro, entre 1965 e 1975.

Na altura passava longas horas a reler estas revistas e a sublinhar os discos que gostaria de ouvir repetidamente, em LP´s que gostaria de ter. Nesse mês, qualquer coisa como 309 francos já me tornaria um ouvinte satisfeito. Com o franco a cerca de 5$00, daria 1 545$00...mais portes. No ano seguinte, no Outono, compraria uma guitarra acústica, parecida com as que via na revista, por 3 600 pesetas. Qualquer coisa como 1 500$00...




Estas férias tive oportunidade de visitar a cidade e fui à descoberta da Rue Chaptal e do seu número 14. Não existe já, o número enquanto morada. Porque era um pequeno pavilhão interior ao edifício que se vê do lado direito a meio da rua, antes do arvoredo. No mesmo local, no nº 16, funciona ainda uma dependência administrativa, segundo julgo, da firma Gibson. De guitarras, claro.

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