quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Procol Harum forever



A música dos Procol Harum era assim analisada na revista Rock & Folk de Setembro de 1969, por ocasião da recensão do terceiro disco do grupo, A salty dog:

"A voz de Brooker. As palavras de Reid. O órgão de Fisher. Uma orquestração fabulosa. O resumo de tudo o que pop-music hoje tem de melhor. A combinação perfeita de influências que vão da música clássica ( o wagneriano Wreck of the Hesperus) aos ritmos antilhenses ( Boredom, ao lado do qual Ob la di e todos os rock steady do ska-blue-beat do mundo fazem pálida figura), passando pelo bom velho blues das famílias ( Juicy John Pink). Uma música tanto sólida como delicada, refinada ou swingante, se não é a ideal não anda longe disso. A salty dog não marca o nascimento de um grande grupo, mas, enfim, o seu reconhecimento."

Os três primeiros discos dos Procol Harum, de facto, são obras-primas e dizê-lo passados mais de quarenta anos, significa um reconhecimento apócrifo.
Do primeiro disco, homónimo, ressalta imediatamente o primeiro tema, Conquistador. O segundo é outra maravilha- She wandered through the garden fence- que José Cid ouvir muito bem para compor um single de êxito dos anos setenta.
Mas os temas que seguem, suscitam a mesma atenção sonora, com destaque para Salad days ( are here again) ou o final, Repent Walpurgis.

O segundo disco, Shine on Brightly, de 1968, foi lançado nos EUA com maior sucesso que no UK, por motivos conjunturais, de desinteresse relativo da terra onde nasceram, conforme então se escrevia.
O disco é ainda superior ao primeiro em qualidade, sem falhas do primeiro ao último tema, com destaque para uma composição em cinco partes- In Held Twas in I. A canção Ramblin on é de adição sonora garantida, tal como o era Salad days do primeiro disco.

A Salty dog saiu em Junho de 1969, na Inglaterra. É outro disco de grande fôlego do grupo, havendo quem assegure ser o melhor de todos, o pico da carreira do grupo. Por mim, o segundo é que é.

A partir daí, o disco de 1970, Home, retoma uma linha mais rock e com predomínio de guitarra de Robin Trower, com temas de blues típico e misturas de sons de guitarra com órgão Hammond, uma marca de água do grupo, desde o tema inicial, de 1967, A whiter shade of pale.

O disco seguinte Broken Barricades, de 1971, retoma de algum modo o estilo mais antigo, com músicas como Luskus Delph e o próprio tema Broken Barricades.

Em 1972 saiu um disco ao vivo que se tornou o emblema do grupo para regressar ao interesse público com os temas antigos, como Conquistador, tema de abertura e sem menção ao êxito A Whiter shade of pale.
Depois disso, surgiu em 1973 Grand Hotel, um grande disco a que se seguiu outro do mesmo tom, Exotic birds and fruit.
Em 1975 saiu Ninth, na mesma linha, embora um pouco mais fraco musicalmente e em 1977 saiu o último álbum com interesse elevado dos Procol Harum: Something Magic, um bom disco, eventualmente superior aos dois antecedentes.

Em dez anos, o grupo publicou dez magníficos discos e não há muitos grupos na música popular que o tivessem conseguido.
Aliás, nem lembro de nenhum...com uma única e óbvia excepção e por isso as últimas semanas tem sido uma audição contínua da música dos Procol Harum

1 comentário:

MARIA disse...

http://www.youtube.com/watch?v=p8jJ1ORIOes

É fantástico, de facto !
Obrigado pela sua partilha.

Um beijinho amigo