domingo, 11 de maio de 2008

Reggae


Reggae. Música da Jamaica. Rock partido em batidas sincopadas. Faz agora trinta anos que escutava com toda a atenção e gosto, Kaya, de Bob Marley, talvez o primeiro disco de reggae, a ouvir com interesse inteiro e em modo repetido, na gravação que então fiz do rádio. Talvez o melhor disco de reggae, para mim. Desde a faixa de abertura, Easy Skankin´, até ao final, são dez canções perfeitas de música da Jamaica, feita em Londres.

Mas, o reggae, como ritmo e género musical distinto de outros, já tinha chamado a atenção, alguns anos antes.

Em 1971, Jimmy Cliff, tinha cantado uma versão da canção Wild World, de Cat Stevens, em ritmo reaggae. Foi essa, talvez, a primeira exposição ao ritmo quebrado, mesmo sem perceber a especificidade do requebro.

Em 1972, o mesmo Jimmy Cliff, assinava a banda sonora de The Harder they come, mas essa música excelente passou despercebida, na época.

Só em 1974, com a sonoridade estranha de Ken Boothe, no tema Everything i own, de David Gates dos Bread, voltou a menção explícita ao ritmo sincopado e no ano seguinte, a canção No Woman no cry, de Bob Marley, cantada ao vivo no Lyceum de Londres, era um êxito...pop. Como o foi o disco 461 Ocean Boulevard de Eric Clapton que aproveitou a onda reggae, para lançar I shot the sheriff.

Porém, foi em 1975 que o tipo exacto de canções reggae, despertou atenção, no quase deserto de exemplares originais, disponíveis. Bob Marley, era uma referência, como o era Jimmy Cliff. E foi outra vez, através das revistas que ouvi o som reggae original. Na Rolling Stone de Setembro de 1975, já se falava na explosão reggae.

Por isso, com naturalidade, em 1976, o êxito de Junior Murvin, Police & Thieves, precedeu o estalo da new wave, nos anos seguir. Em 1977, Althia & Donna, cantavam no rádio Uptown Ranking. E de repente, o reggae aparecia em todo o lado, nas músicas de singles, da época.

Elvis Costello, Ian Dury, até os Police. Até os 10 cc, com Dreadlock Holiday. Até os Rolling Stones, com Cherry oh baby, de 1976 ( Black & blue).

Por isso, na primavera de 1978, ouvir Is this love, de Bob Marley, no rádio, já era um prazer conhecido. No anto anterior, passara Jammin e Waiting in vain, do disco Exodus. Em 1978, o disco Kaya, tornou-se o clássico do reggae normalizado.

No final desse ano, outro disco grande de reggae, sairia para o mercado: Bush Doctor de Peter Tosh, com Mick Jagger, e o tema Gotta walk. E com a dupla rítmica que iria marcar a década seguinte, na música popular: Robbie Shakespeare e Lowell Sly Dunbar.

Só à conta desses dois, se ouvem os discos de Dylan dessa época. Por exemplo, Someone gotta hold of my heart, de 1983 que viria a figurar em Infidels, com outro nome ( tight connection ).

Na década de oitenta, ainda, o destaque no reaggae vai para uma banda inglesa, com nome de impresso de desemprego: UB 40.

E só nessa década, ouvi o êxito da Jamaica, antigo, pop e autêntico percursor do reggae: my boy lolipop.

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