sábado, 25 de julho de 2015

Há 40 anos, a descoberta da música progressiva popular.

Quando a chamada música progressiva apareceu, nos finais dos anos sessenta nem sabia identificar o género. No entanto conhecia Whiter shade of pale dos Procol Harum, tal como conhecia os singles dos Creedence Clearwater Revival ou Daydream dos Wallace Collection. Pink Floyd, de The Piper at the gates of dawn? Nunca ouvira.

Esse subgénero da música popular só começou a interessar-me aí em finais de 1974 e muito por culpa da revista Rock&Folk e de certos discos que então passavam  em alguns programas de rádio, particularmente à noite no RCP.

Assim só ouvi um dos expoentes do género, In the court of the crimson dos King Crimson, muito mais tarde e integralmente apenas décadas depois. Por um acaso de circunstâncias acabei mesmo por arranjar a versão original desse disco editado em 1969 pela Island, o que tem o rótulo cor-de-rosa e referência ILPS 9111 e cujas diferenças na qualidade de som não têm comparação com outras versões. Sublime.




Antes de ouvir devidamente os King Crimson outras sonoridades tinham chamado à atenção, nesta área. Os Emmerson Lake and Palmer, cujas sonoridades pop de Lucky man não faziam esquecer os sons de 1973 e do disco Brain Salad Surgery.

Evidentemente que a sonoridade dos Pink Floyd desse ano foi o disco mais célebre do grupo, Dark side of the moon, um portento sonoro, cuja versão mais próxima do original que tenho é uma prensagem SHVL 804 de terceira ou quarta geração mas ainda assim muito aceitável.


Antes desse disco lembro-me de aparecer nos escaparates de uma discoteca local o disco Atom Heart Mother, de 1970, apresentado como um modelo sonoro da música de "qualidade", progressiva. O disco que tem uma vaquinha na capa e que por isso fugia, pelo insólito, aos cânones da pop, como alguns outros.

Tenho ainda umas reminiscências de ouvir Jethro Tull e particularmente o tema Bourrée, tocado em flauta, mas não me lembro de ouvir os Yes, nessa altura.
E claro os Moody Blues que em 1972 lançaram Seventh Sojourn que se tornou um dos discos desse ano, muito ouvido aliás, tal como os Procol Harum. 
Há cerca de 40 anos um dos discos que gostava mais de ouvir era de Rick Wakeman, Myths and legends of king Arthur e que o programa Página Um da R.R. divulgou nos primeiros meses do ano de 1975.
Assim foi apenas em 1974-75, há quarenta anos que verdadeiramente descobri a tal música progressiva, no seu esplendor de grupos mais representativos:

Para além daqueles já citados, Genesis, Soft Machine, Kevin Ayers, Camel, Gentle Giant, Renaissance,Strawbs, Traffic, Robert Wyatt e o maior de todos para mim, nessa época, Van der Graaf Generator. 

Em Maio de 1975 a Rock & Folk publicou algumas páginas que me pareceram então o supra-sumo do que se poderia escrever sobre essa música e a apresentação gráfica inultrapassável também.



Com esta informação visual estava habilitado a continuar os estudos sonoros sobre este tipo de música que me conquistou logo o gosto pela audição cuidada.

E inspiração para o desenho.




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