quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Dream dos NGDB

Um dos discos que mais gosto, todos os géneros confundidos, é este dos Nitty Gritty Dirt Band. Dream, publicado em finais de 1975, é um dos melhores senão o melhor do grupo e assim foi escrito pela revista Rock & Folk, numa crónica de Dezembro de 1975, aqui fotografada, assinada por Claude Alvarez-Pereyre e que começa assim:

(...) "a uma introdução etérea e planante sucede um instrumental do grupo, um bom e velho reel, tendo em particular um soberbo solo de guitarra acústica ( poderia ser uma Gibson, com o som ao mesmo tempo seco e muito doce). "
A revista Rolling Stone da mesma altura, 6 de Novembro de 1975, arrasava o disco, fazendo pouco da capa interior em que se proclamava que o grupo dominava "todos os estilos de música". A crónica de Ed Ward terminava dizendo que "jack of all trade, master of none", para resumir o disco. Não se percebe esta crítica, vinda ainda por cima de um americano, sobre um grupo americano.

Ainda assim, este Dream, dos Nitty Gritty Dirt Band, passou algumas vezes no rádio, de 1975/76 em programas de Jaime Fernandes e Jaime Lopes, à noite.
Lembro-me de ouvir e gravar, ficando para sempre na memória a diversidade dos estilos musicais e a beleza das músicas, sem excepção. É um daqueles discos que se ouve do princípio ao fim, sem intervalos de gosto menos que excelente, por causa do alinhamento dos temas que mistura canções com temas acústicos instrumentais, muito sóbrios e de estilo diversificado que se fazem valer pelo virtuosismo dos elementos do grupo, com destaque para John McEuen.
Destaca-se em particular, um composição do célebre tema All you have to do is dream, de D. Bryant e interpretado por muitos artistas, com relevo para Doc Watson, Leo Kottke e Everly Brothers, por exemplo entre outros.
Ripplin Waters é um tema de Jim Ibbotson, um elemento do grupo e que concita a atenção pela delicadeza da composição acompanhada a bandolim. Joshua come home, igualmente de Ibotson, é outra pequena maravilha e a composição final é um tema instrumental repescado de um disco antigo em metal e que tocava automaticamente nos bares, como ainda hoje se pode ouvir em pequenos cilindros pré-formatados em relevo.

A apresentação gráfica do disco, em LP é outro ponto alto, com uma capa a apresentar um desses discos antigos e que se desdobra para recortar meia capa por cima, como se pode ver na imagem.
A apresentação dos cd´s não consegue o mesmo efeito, sendo certo que dos dois que se publicaram- um da BGO Records, inglesa e que desbota as cores quentes originais do castanho do disco e outro da Capitol-United Artists ( etiqueta original americana), com melhor tonalidade gráfica ( na imagem), mas ainda assim longe do toque do cartão do vinil original.
O som, esse nem se fala. Ouve-se e em vinilo é mais perfeito e adequado ao que me lembro de ouvir no rádio mono de então...



Pormenor da capa do LP, muito próxima da cor real ( a redução do tamanho em bits limita a definição mais perfeita, porque a cor real é um pouco mais escura no castanho e dourada na imagem espelhada) , mas ainda assim, insuficiente para mostrar toda a beleza gráfica do cartão usado e impressão da imagem, com tonalidades mate, dignas de figurar num lugar cimeiro entre as melhores capas de discos de música popular. A ampliação da imagem permite ainda uma melhor visualização que no objecto real, suscita uma atenção demorada ao pormenor da cor e subtileza da variação no título e imagem inscrita na imagem.

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