segunda-feira, 21 de junho de 2010

Guitar Player

Por ocasião do seu 20º aniversário, em Janeiro de 1987, a revista Guitar Player, publicou este desdobrável consagrado aos 20 que importam, na música popular e na guitarra em particular.


Na contra-página uma legenda ( clicar para ler) dava conta dos artefactos apresentados e o seu significado. Entre todos, a guitarra em estilhas era de Pete Townshend, destruida por ocasião da tournée de Quadrophenia, oferecida ao editor da revista, Don Menn.

Desenhos soltos


Este desenho de 1974 junta uma imagem desenhada de uma foto de Eduardo Gageiro, no dia 25 de Abril de 1974, de um soldado a guardar as instalações ocupadas da RTP e uma imagem de uma publicidade de uma revista francesa.

sábado, 19 de junho de 2010

Maria Muldaur


Este disco de Maria Muldaur, saído em 1973, é uma pérola musical. Quase todas as composições merecem uma audição, particularmente o título que foi um hit na altura- Midnight at the oasis- que passava na Página Um.

A composição, para além da beleza formal e vocal, tem um solo espantoso de guitarra, de Amos Garrett que tem vivido desse solo, conforme atesta o You Tube, aliás com numerosos seguidores.

Mesmo assim, o disco passa muito bem com outras composições country, como Any old time que abre o disco ou My Tennessee Montain Home que conta com a participação de músicos tão notáveis como Jim Keltner, na bateria; Chris Ethridge no baixo; David Grisman, no bandolim; ou Clarence White (a estrela dos Byrds) na guitarra acústica. Outras músicas contam ainda com Ry Cooder e David Lindley ( Any old Time), sendo esse um dos segredos do disco- a instrumentação impecável e de grande profissionalismo dos músicos acompanhantes.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Os trilhos da imaginação

Há coisas curiosas e uma delas é a imaginação e os truques que nos prega, apadrinhados pela memória.

No início dos anos setenta, costumava ler o Jornal de Notícias, do Porto e que na época publicava várias tiras desenhadas, em sequência diária, com historietas diversas. A maior parte dessas tiras, provinha da agência americana King Features Syndicate, Inc. e uma delas narrava em desenhos as aventuras do agente secreto Corrigan, também conhecido por X-9.

Os desenhos, em 1971, eram da responsabilidade de Al Williamson, embora tal facto, na época me fosse relativamente indiferente, tal como era a circunstância de a série ter já longos anos e o autor original se chamar Alex Raymond. O que a mim interessava mesmo, na altura, era ler a sequência diária e ficar de um dia para o outro à espera do desenvolvimento da história, nem sequer muito elaborada mas de efeito seguro, tal como qualquer filme de série b.
E os desenhos impressionavam-me pela qualidade intrínseca ao traço fino e preciso com que se mostravam carros, máquinas e...mulheres, geralmente modelos de beleza.
Entre 1 de Fevereiro e 1 de Maio de 1971 o Jornal de Noticias publicou as 78 tiras da história do Prisioneiro do Mosteiro e provavelmente a primeira tira da história que vi, foi esta, porque estava de férias de Páscoa, desde 1 de Abril de 1971.

O que me impressionou na imagem foi o desenho do convento budista.

Não sei porquê, nem sequer o motivo pelo qual nunca perdi essa imagem da memória, entre os milhões de coisas e objectos que entretanto passaram pela consciência e inconsciência. No entanto, a nitidez dessa imagem esquemática e quase em esquisso, ao longo do tempo desapareceu, paradoxalmente, para se fixar numa imagem mais nítida e precisa que se associou ao verdadeiro convento budista no Tibete que aparece nesta imagem. Uma imagem falsa, portanto, uma vez que a verdadeira, original, não era sequer do convento do Tibete e apenas uma alusão ficcionada ( o país da historieta é um inexistente Kalipur) e que no entanto se trasmudou por efeito ilusório ao longo dos anos.

E como descobri isto tudo?

No outro dia, no Porto, num alfarrabista, perguntei por aventuras de Corrigan, precisamente por andar à procura desta historieta. O livreiro mencionou um nome- José Matos-Cruz- como grande conhecedor da matéria e que até tinha escrito nos anos oitenta, vários textos a propósito precisamente, da publicação dessas tiras diárias no Jornal de Notícias. E mostrou-me algumas, de suplementos no Jornal de Notícias e Capital ( o relativo a estas imagens, sei-o agora, foi publicado em 26.10.1986 e 5.3.1987, respectivamente).
Uma busca rápida pela Rede apontou-me o nome do autor, como tendo um blog -Imaginário. E um endereço de email que logo utilizei para lhe expor o meu interesse particular nesta coisa pouco comum. E passados dias recebi a resposta amabilíssima não só com a menção à história em causa, como a data em que foi publicada e onde poderia encontrar tal coisa. Da leitura à ebay foram alguns segundos e na Itália havia precisamente para venda um desses volumes em que tal história aparecia.
São desse volume- Eureka Bum, suplemento ao nº 124, de 15 de Maio de 1974- as imagens a preto e branco e com a dimensão das tiras que o JN publicava que aqui ficam.
E obviamente o agradecimento, mais uma vez, ao especialista José Matos-Cruz.

Aditamento em 15.6.2010:

Al Williamson morreu no Domingo, 13 de Junho, com 79 anos, na sua cidade natal, Nova Iorque. Lido aqui.